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Mercado é controlado no Estado
Nas gravações apresentadas pelo Frigoara, o presidente do Friboi, José Batista Júnior, declara controlar plenamente o mercado de carnes mato-grossense, com a concentração de 4 plantas frigoríficas. "Nós sozinho regulou o preço, ... só nós lá mata... só nós lá no Mato Grosso vai matar 70, 80 mil rês por mês... só nós faz o preço (sic)". Em Mato Grosso, somente 10 grupos empresariais detém as 33 plantas frigoríficas instaladas.
Nas gravações, Márcio Bihl, filho de Almiro Bihl, faz uma série de perguntas sobre como os cartéis são articulados. Mas segundo a assessoria jurídica do Frigoara a intenção foi de instigar Júnior até a reunião de provas contra o Friboi. "Queremos demonstrar no mercado quem é o Friboi", afirma o advogado Fábio Zuanon.
Júnior afirma que a influência do grupo, o maior exportador de carne bovina do Brasil, faz com que os frigoríficos concorrentes, mesmo fora do cartel, mantenham preços somente até R$ 2 ou R$ 3 acima do valor pago pela arroba do boi gordo, com uma média de R$ 0,50 acima do praticado pelo Friboi. "Estamos fazendo o preço de Mato Grosso e os outros acompanha... é só um trenzinho a mais... aqui eles não descolam muito com isso (sic)". Em outro trecho de uma das fitas, Júnior também explicita que o cartel com pelo menos três dos maiores frigoríficos do país garante a sustentatibilidade das margens de lucro no mercado interno, apesar do foco serem as exportações. "Mercado interno nós estamos deixando ele... aí é o seguinte: quando começa a querer subir o preço do mercado interno, que o povo começa a querer um preço bom, nós vai lá e derruba o preço do mercado interno, nóis vai lá e joga um mundo de carne lá no mercado interno (sic)". As conversas entre Júnior, José Almiro Bihl, Márcio Bihl e advogados das duas empresas foram gravadas em reuniões entre representantes do Friboi e Frigoara em 10 de maio e 15 de junho do ano passado. As gravações somam cerca de 23 minutos. Todo o material foi submetido a uma perícia técnica, encomendada pelo Frigoara e feita por Ricardo Molina de Figueiredo, do Laboratório de Perícias da Unicamp, em São Paulo.
Em nota, o grupo Friboi também declara a existência de 310 frigoríficos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) no mercado de carnes brasileiro, o que impossibilitaria o controle dos preços. "Com este cenário quantificado é visivel a impossibilidade da determinação de preço do citado cartel". Apesar do relatório técnico da perícia, o Friboi rechaçou ontem, em nota à imprensa, as gravações e a existência das declarações de Júnior. O grupo também afirma desconhecer em que situação as gravações foram feitas.
"O Grupo Friboi vem sendo vítima de um ardiloso golpe, desqualificando a idoneidade dos denunciantes, que pelo que se constata em órgãos públicos, são alvo de inquéritos policiais das mais diversas grandezas", declara o advogado do Friboi, Francisco de Assis e Silva em comunicado.
As fitas já haviam sido encaminhadas pelo Frigoara ao Ministério Público Federal (MPF) no início deste mês e estavam sendo analisadas pessoalmente pelo procurador Mário Lúcio Avelar. A reportagem entrou em contato por telefone com o procurador, que alegou estar em uma audiência e que por isso não poderia ser entrevistado.(JS)
Nas gravações, Márcio Bihl, filho de Almiro Bihl, faz uma série de perguntas sobre como os cartéis são articulados. Mas segundo a assessoria jurídica do Frigoara a intenção foi de instigar Júnior até a reunião de provas contra o Friboi. "Queremos demonstrar no mercado quem é o Friboi", afirma o advogado Fábio Zuanon.
Júnior afirma que a influência do grupo, o maior exportador de carne bovina do Brasil, faz com que os frigoríficos concorrentes, mesmo fora do cartel, mantenham preços somente até R$ 2 ou R$ 3 acima do valor pago pela arroba do boi gordo, com uma média de R$ 0,50 acima do praticado pelo Friboi. "Estamos fazendo o preço de Mato Grosso e os outros acompanha... é só um trenzinho a mais... aqui eles não descolam muito com isso (sic)". Em outro trecho de uma das fitas, Júnior também explicita que o cartel com pelo menos três dos maiores frigoríficos do país garante a sustentatibilidade das margens de lucro no mercado interno, apesar do foco serem as exportações. "Mercado interno nós estamos deixando ele... aí é o seguinte: quando começa a querer subir o preço do mercado interno, que o povo começa a querer um preço bom, nós vai lá e derruba o preço do mercado interno, nóis vai lá e joga um mundo de carne lá no mercado interno (sic)". As conversas entre Júnior, José Almiro Bihl, Márcio Bihl e advogados das duas empresas foram gravadas em reuniões entre representantes do Friboi e Frigoara em 10 de maio e 15 de junho do ano passado. As gravações somam cerca de 23 minutos. Todo o material foi submetido a uma perícia técnica, encomendada pelo Frigoara e feita por Ricardo Molina de Figueiredo, do Laboratório de Perícias da Unicamp, em São Paulo.
Em nota, o grupo Friboi também declara a existência de 310 frigoríficos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF) no mercado de carnes brasileiro, o que impossibilitaria o controle dos preços. "Com este cenário quantificado é visivel a impossibilidade da determinação de preço do citado cartel". Apesar do relatório técnico da perícia, o Friboi rechaçou ontem, em nota à imprensa, as gravações e a existência das declarações de Júnior. O grupo também afirma desconhecer em que situação as gravações foram feitas.
"O Grupo Friboi vem sendo vítima de um ardiloso golpe, desqualificando a idoneidade dos denunciantes, que pelo que se constata em órgãos públicos, são alvo de inquéritos policiais das mais diversas grandezas", declara o advogado do Friboi, Francisco de Assis e Silva em comunicado.
As fitas já haviam sido encaminhadas pelo Frigoara ao Ministério Público Federal (MPF) no início deste mês e estavam sendo analisadas pessoalmente pelo procurador Mário Lúcio Avelar. A reportagem entrou em contato por telefone com o procurador, que alegou estar em uma audiência e que por isso não poderia ser entrevistado.(JS)
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/332622/visualizar/
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