Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 28 de Novembro de 2005 às 22:00

    Imprimir


Quatro trabalhadores humanitários desapareceram no Iraque, aparentemente seqüestrados, fazendo reacender o medo de uma crise semelhante à que aterrorizou os estrangeiros no país em 2004.

A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá confirmou hoje que um cidadão americano foi "dado como desaparecido" no Iraque.

"Confirmamos as informações que indicam que um cidadão americano que trabalhava no Iraque desapareceu. Já começaram os trabalhos para tentar encontrá-lo", disse a embaixada em um comunicado que não dá mais detalhes sobre o caso.

No entanto, a rede de televisão Al Iraquiya anunciou hoje que "quatro estrangeiros que trabalham para uma organização humanitária foram seqüestrados por um grupo desconhecido".

Fontes do Ministério do Interior explicaram à EFE que um telegrama foi enviado a todos os postos de controle no país pedindo para que sejam ampliadas as medidas de vigilância porque há "quatro estrangeiros desaparecidos no oeste de Bagdá".

A alarme disparou ontem, quando um funcionário do Ministério canadense de Assuntos Exteriores garantiu que quatro cidadãos ocidentais, todos eles trabalhadores humanitários, tinham sido seqüestrados no Iraque.

O Ministério americano não divulgou a identidade dos desaparecidos, e se limitou a apontar que dois deles eram cidadãos canadenses.

O Governo britânico também admitiu hoje que investiga as notícias que apontam que um cidadão de seu país também teria desaparecido em território iraquiano.

Segundo o Ministério de Exteriores do Reino Unido, o desaparecido é Norman Kember, que sumiu em "uma região perigosa ao oeste de Bagdá", no último sábado.

Desde o início da "crise dos seqüestros", em abril de 2004, dezenas de cidadãos estrangeiros foram seqüestrados por grupos radicais islâmicos que atuam em Bagdá.

As capturas de cidadãos estrangeiros se multiplicaram ao longo de 2004 e nos primeiros meses de 2005, o que levou a maioria das representações diplomáticas a recomendarem a saída de todos os cidadãos estrangeiros do país.

Desde maio deste ano, o número de seqüestros de trabalhadores estrangeiros caiu, em parte porque muitos deles deixaram o país e por causa do espetacular aumento das medidas de segurança na realização de seus trabalhos.

Atualmente, qualquer trabalhador humanitário no Iraque, seja árabe ou estrangeiro, se movimenta no país com um guarda-costas de nacionalidade iraquiana.

Além disso, muitas das organizações contratam segurança para seus trabalhadores de empresas especializadas presentes no país.

Diversos grupos, entre eles a célula iraquiana da organização terrorista Al Qaeda, assumiram os seqüestros dos últimos meses.

Mais de 200 estrangeiros, a maioria deles motoristas, foram capturados por grupos terroristas e insurgentes iraquianos. Uma grande parte deles foi libertada, mas alguns outros, entre eles vários ocidentais, foram assassinados pelos seqüestradores.

No entanto, a partir de meados deste ano, a campanha de seqüestros atingiu os representantes diplomáticos estrangeiros. Em julho, a Al Qaeda capturou o encarregado de negócios da embaixada egípcia, executado poucos dias depois.

Dois diplomatas argelinos também foram capturados por um grupo de homens armados, que assassinaram os dois.

A organização mantém há semanas como reféns dois empregados marroquinos da embaixada, Abderrahim Bualem e Abdelkrim Muhafidi, condenados à morte e dos quais não se têm notícias há mais de duas semanas.




Fonte: Agência EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/332759/visualizar/