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Internacional
Segunda - 28 de Novembro de 2005 às 19:04
Por: Patricia Wilson

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O presidente norte-americano, George W. Bush, vai tratar no início desta semana sobre o espinhoso problema da imigração ilegal na fronteira com o México. Seu próprio partido, o Republicano, está dividido quanto a se os EUA devem ou não permitir a permanência dos trabalhadores ilegais que já estão no país.

A imigração ilegal preocupa cada vez mais os norte-americanos, que temem o terrorismo, a violência e o tráfico de drogas. Mais de 75 por cento dos americanos acham que o governo não exerce controle suficiente sobre as fronteiras, segundo uma pesquisa da CBS News divulgada no mês passado.

Bush estará em Tucson, Arizona, na segunda-feira e em El Paso, no Texas, na terça para tratar da segurança na fronteira. O presidente apresentará seu programa de trabalho temporário — que para alguns republicanos é um prêmio aos trabalhadores ilegais — como uma maneira de aliviar a pressão sobre a repressão policial, já que tira os imigrantes "das sombras".

"Ele vai falar sobre novos recursos e sobre o uso da tecnologia para fechar a fronteira, e discutirá o assunto em termos de segurança nacional e economia", disse a Casa Branca.

Bush tem de manter o equilíbrio entre sua base conservadora, que pede controles mais rígidos, e o desejo do Partido Republicano de conquistar os votos dos hispânicos, a minoria que mais cresce nos EUA. A questão deve ser uma das principais nas eleições parlamentares que acontecem em vários Estados no ano que vem.

A proposta de Bush oferece aos cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos a chance de se inscrever para trabalhar — principalmente em funções pouco especializadas e desprezadas pelos americanos — por até seis anos. Depois eles teriam de voltar a seus países natais por um ano e pedir uma nova autorização.

Aqueles que apóiam o programa dizem que ela cria incentivos para a imigração legal, colabora com a segurança nacional ao identificar quem está no país e é um incentivo à economia. Os que a criticam a chamam de "anistia disfarçada", e dão preferência a repressão aos imigrantes ilegais com o aumento das patrulhas de fronteira, com o uso das Forças Armadas e com a construção de cercas.

"A repressão sozinha não funciona", disse o líder democrata no Senado, Harry Reid, numa carta a Bush.

Todo ano, mais de 1 milhão de migrantes, entre eles brasileiros, tentam atravessar os rios e desertos da fronteira de 3.200 km de extensão entre EUA e México, para trabalhar nos Estados Unidos. Quase metade deles entra pelo Arizona, e centenas morrem no meio da viagem.

O problema atingiu proporções históricas este ano, quando o Arizona e o Novo México declararam estado de emergência, afirmando que dezenas de milhares de imigrantes ilegais estavam pondo em risco a segurança da fronteira. Com a medida, os governadores puderam usar milhões de dólares em verbas federais para reforçar a fronteira.

Moradores irritados montaram milícias para fiscalizar a passagem de ilegais, e vem crescendo o movimento entre os conservadores para erguer uma grande cerca em toda a extensão da fronteira. Mais de duas dúzias de parlamentares já aderiram à idéia.




Fonte: Reuters

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