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Internacional
Segunda - 28 de Novembro de 2005 às 17:02
Por: Patricia Reaney

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Crianças em idade pré-escolar já demonstram sinais de transtornos mentais que podem ser diagnosticados e tratados para evitar problemas mais tarde, afirmou na segunda-feira o psicólogo Adrian Angold, da Universidade Duke, na Carolina do Norte. Segundo ele, crianças de 2 e 3 anos de idade já podem sofrer de depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

"Boa parte dos principais problemas psiquiátricos já estão começando e já são identificáveis muito antes do que imaginávamos", disse ele. "Acreditava-se que o início da depressão ocorria na adolescência", afirmou, explicando que hoje esse início ocorre nos primeiros anos de vida, a partir do ponto em que se torna possível identificá-lo. "Precisamos pensar bem mais nas crianças que já têm esses transtornos."

Num estudo com 307 crianças em idade pré-escolar, baseado em entrevistas feitas com seus pais, nos EUA, Angold observou que cerca de 17 por cento preenchiam os critérios-padrão para uma doença mental.

"Cerca de um em cada dez possui sintomas que preenchem critérios para um transtorno, e também um prejuízo significativo à vida normal", disse Angold, que apresentou a pesquisa num encontro do Instituto de Psiquiatria de Londres.

Os primeiros sinais de problemas incluem a hiperatividade, a dificuldade de concentração, a agressividade, o comportamento inadequado, a dificuldade em brincar com outras crianças e ansiedade da separação e social.

"Estamos falando em padrões de comportamento", disse Angold. "O que impressiona é que isso sugere que a taxa (de transtorno) nessas crianças muito menores, de 2 a 5 anos, não é muito diferente da que será em crianças de 9 ou 14 anos."

Ele admitiu que em algumas crianças o problema se resolve por si só, mas acrescentou que outras teriam benefícios com tratamentos como terapia comportamental, psicoterapia e medicamentos.

O diagnóstico de um transtorno numa criança tão pequena baseia-se principalmente nas informações fornecidas por pais e professores. Angold disse que há poucas evidências médicas sobre o tratamento de ansiedade e depressão em crianças tão novas, mas que elas podem obter benefícios se tratadas.

"Há boas evidências de que, se se intervier relativamente cedo, com programas de treinamento para os pais, isso seria útil", afirmou.

"São crianças que merecem ser notadas pelo sistema de saúde mental. A grande maioria delas não foi identificada e não recebe tratamento."




Fonte: Reuters

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