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Pescadores se mostram surpresos com pesquisa
Pescadores profissionais ouvidos pela reportagem do Diário demonstraram perplexidade diante dos resultados do estudo do Nupelia. Para Joaquim Pinto de Matos, de 66 anos, a evidência mais clara da falta de peixes pode ser encontrada no bolso vazio dos pescadores.
“Antes do Manso, tinha semana em que eu pescava de 700 a 800 reais. Hoje, quando eu consigo tirar R$ 200 é uma raridade. Nosso rio mudou muito. Virou uma coisa que não seca e não alaga. O peixe estranha a água e não tem mais lugar para ir”, relata.
O pescador contesta a informação de que as cheias têm sido normais desde 2002. Segundo ele, a interferência da usina fez desaparecer muitos lagos que se formavam na beira do rio Cuiabá durante o período de cheia.
“O rio pegou uma quantidade de água e parou nela, não alaga mais. E dentro do leito do rio não existe peixe que reproduz. É por isso que, ano após ano, a situação fica mais diferente. Antes, na pior época, você pegava até pintado. Hoje é só ximboré e abotoado. Até o corimba está diminuindo”.
Na colônia de pescadores Z1 – a maior do Estado, com cerca de mil filiados -, o interventor Sixto Rodrigues diz que a categoria hoje apenas sobrevive. “Temos colônias de pescadores na região de Nobres e Rosário Oeste que estão prestes a fechar as portas. Simplesmente acabou a pesca por lá”, afirma.
Sobre a pesquisa do Nupelia, Rodrigues acredita que o resultado não corresponde à realidade. Segundo ele, muitos dos pescadores que têm sua produção monitorada pelo estudo (ver matéria) não preenchem de forma fiel os dados sobre as capturas diárias – tarefa que lhes assegura o pagamento da mensalidade da colônia pelo Nupelia.
“Muitos ficam com vergonha de dizer que não pegaram nada em determinado dia. Daí inventavam um resultado. Outros acham que vão receber mais do projeto se aumentarem um pouco mais os resultados da pesca. Avisamos que isso daria problemas”, alegou.
Para o pescador Cecílio Braga de Oliveira, 46, a situação é ainda mais séria. Morador da beira do rio Manso, 12 quilômetros a jusante da barragem, ele viu sua única fonte de alimentação e renda se transformar rapidamente.
“A água é suja, fedida e está nascendo uma capinzeira feia bem no meio do rio. Faz quatro anos que eu não tiro um quilo de peixe dali. Se você põe uma armadilha com um anzol, o capim se enrosca em tudo. Do lago para cima, eu até concordo que o peixe está reproduzindo. Mas para baixo não. Hoje, para sobreviver, faço bico de pedreiro”. (RV)
“Antes do Manso, tinha semana em que eu pescava de 700 a 800 reais. Hoje, quando eu consigo tirar R$ 200 é uma raridade. Nosso rio mudou muito. Virou uma coisa que não seca e não alaga. O peixe estranha a água e não tem mais lugar para ir”, relata.
O pescador contesta a informação de que as cheias têm sido normais desde 2002. Segundo ele, a interferência da usina fez desaparecer muitos lagos que se formavam na beira do rio Cuiabá durante o período de cheia.
“O rio pegou uma quantidade de água e parou nela, não alaga mais. E dentro do leito do rio não existe peixe que reproduz. É por isso que, ano após ano, a situação fica mais diferente. Antes, na pior época, você pegava até pintado. Hoje é só ximboré e abotoado. Até o corimba está diminuindo”.
Na colônia de pescadores Z1 – a maior do Estado, com cerca de mil filiados -, o interventor Sixto Rodrigues diz que a categoria hoje apenas sobrevive. “Temos colônias de pescadores na região de Nobres e Rosário Oeste que estão prestes a fechar as portas. Simplesmente acabou a pesca por lá”, afirma.
Sobre a pesquisa do Nupelia, Rodrigues acredita que o resultado não corresponde à realidade. Segundo ele, muitos dos pescadores que têm sua produção monitorada pelo estudo (ver matéria) não preenchem de forma fiel os dados sobre as capturas diárias – tarefa que lhes assegura o pagamento da mensalidade da colônia pelo Nupelia.
“Muitos ficam com vergonha de dizer que não pegaram nada em determinado dia. Daí inventavam um resultado. Outros acham que vão receber mais do projeto se aumentarem um pouco mais os resultados da pesca. Avisamos que isso daria problemas”, alegou.
Para o pescador Cecílio Braga de Oliveira, 46, a situação é ainda mais séria. Morador da beira do rio Manso, 12 quilômetros a jusante da barragem, ele viu sua única fonte de alimentação e renda se transformar rapidamente.
“A água é suja, fedida e está nascendo uma capinzeira feia bem no meio do rio. Faz quatro anos que eu não tiro um quilo de peixe dali. Se você põe uma armadilha com um anzol, o capim se enrosca em tudo. Do lago para cima, eu até concordo que o peixe está reproduzindo. Mas para baixo não. Hoje, para sobreviver, faço bico de pedreiro”. (RV)
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/332932/visualizar/
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