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Um terço não consegue pagar ônibus
Cerca de 32% da população – ou cerca de 200 mil pessoas - que necessita de ônibus em Cuiabá e Várzea Grande não consegue usar o transporte coletivo por causa do valor da tarifa. Desses, 25,3% andam a pé para chegar aos destinos desejados, número que aparece no segundo lugar entre os meios de transporte mais usados nos dois municípios. Outros 6,83% da população faz as viagens de bicicleta. A tarifa de ônibus em Cuiabá e Várzea Grande é R$ 1,60.
“Temos que considerar que esses 25% que andam a pé não estão necessariamente fazendo isso porque a distância que precisam percorrer é curta. Essas pessoas deixam de andar de ônibus porque não têm condições financeiras de pagar a tarifa”, avaliou o promotor de Justiça e Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes.
A informação foi levantada pela pesquisa realizada por profissionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) a pedido das secretarias de Transporte dos dois municípios e que está sendo usada como base das mudanças do sistema de transportes coletivos na região do Aglomerado Urbano.
Pela pesquisa, são realizadas cerca de 360 mil viagens de transporte coletivo por dia em Cuiabá e Várzea Grande, das quais 42% são para as pessoas irem trabalhar e 31% para estudar.
Severino de Lima tem 65 anos. Trabalha como autônomo capinando quintais e fazendo outros serviços para ganhar aproximadamente R$ 15 por dia e sustentar a esposa e os quatro filhos. Para Severino, não importa a distância, mas o trabalho.
“O problema é que não tenho condições de pagar ônibus para todas as viagens que faço. Tentei conseguir viajar de graça por causa da minha idade, mas não deixaram. Então, vou sempre de bicicleta. Já cheguei a ir para Jangada e vou sempre para Santo Antônio desse jeito”, conta Severino.
O catador de sucata Nilson Garcia de Oliveira, de 27 anos, passou a andar de bicicleta quando a Estação de Integração Bispo Dom José foi desativada. Nilson diz que, por causa do trabalho, não tem tempo para fazer o Cartão de Transportes. Com as mudanças do Sistema de Transportes, Nilson precisa pegar quatro ônibus para ir e voltar do trabalho (que fica no Porto), o que significaria R$ 6,4 por dia a menos na renda da casa.
Por esses motivos, Nilson preferiu comprar uma bicicleta antiga. “Para chegar ao trabalho, demoro cerca de uma hora pedalando, mas fica muito mais barato e posso ir direto, sem ficar parando em vários lugares, como os ônibus fazem. Se eu for pagar o ônibus, fico sem dinheiro para o aluguel e comida”, falou o catador de sucata.
Dona Elza José Pires mora um pouco mais próximo ao trabalho, mas também prefere ir a pé para sobrar dinheiro. Mas o maior problema, segundo dona Elza, quem está passando é a filha, que está com o bebê recém-nascido internado no Pronto-Socorro de Cuiabá com diabetes. Dona Elza diz que a filha precisa ir e voltar do hospital várias vezes por dia. Com o preço da tarifa a R$ 1,60, fica muito difícil de fazer todas as viagens de ônibus.
“Não posso tratar de assuntos sobre a política de transporte coletivo, mas é fato que se houver aumento no preço da tarifa, como estão falando, aumentará o número de pessoas que não podem andar de ônibus por problemas financeiros”, disse o promotor Alexandre Guedes.
“Temos que considerar que esses 25% que andam a pé não estão necessariamente fazendo isso porque a distância que precisam percorrer é curta. Essas pessoas deixam de andar de ônibus porque não têm condições financeiras de pagar a tarifa”, avaliou o promotor de Justiça e Defesa da Cidadania, Alexandre Guedes.
A informação foi levantada pela pesquisa realizada por profissionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) a pedido das secretarias de Transporte dos dois municípios e que está sendo usada como base das mudanças do sistema de transportes coletivos na região do Aglomerado Urbano.
Pela pesquisa, são realizadas cerca de 360 mil viagens de transporte coletivo por dia em Cuiabá e Várzea Grande, das quais 42% são para as pessoas irem trabalhar e 31% para estudar.
Severino de Lima tem 65 anos. Trabalha como autônomo capinando quintais e fazendo outros serviços para ganhar aproximadamente R$ 15 por dia e sustentar a esposa e os quatro filhos. Para Severino, não importa a distância, mas o trabalho.
“O problema é que não tenho condições de pagar ônibus para todas as viagens que faço. Tentei conseguir viajar de graça por causa da minha idade, mas não deixaram. Então, vou sempre de bicicleta. Já cheguei a ir para Jangada e vou sempre para Santo Antônio desse jeito”, conta Severino.
O catador de sucata Nilson Garcia de Oliveira, de 27 anos, passou a andar de bicicleta quando a Estação de Integração Bispo Dom José foi desativada. Nilson diz que, por causa do trabalho, não tem tempo para fazer o Cartão de Transportes. Com as mudanças do Sistema de Transportes, Nilson precisa pegar quatro ônibus para ir e voltar do trabalho (que fica no Porto), o que significaria R$ 6,4 por dia a menos na renda da casa.
Por esses motivos, Nilson preferiu comprar uma bicicleta antiga. “Para chegar ao trabalho, demoro cerca de uma hora pedalando, mas fica muito mais barato e posso ir direto, sem ficar parando em vários lugares, como os ônibus fazem. Se eu for pagar o ônibus, fico sem dinheiro para o aluguel e comida”, falou o catador de sucata.
Dona Elza José Pires mora um pouco mais próximo ao trabalho, mas também prefere ir a pé para sobrar dinheiro. Mas o maior problema, segundo dona Elza, quem está passando é a filha, que está com o bebê recém-nascido internado no Pronto-Socorro de Cuiabá com diabetes. Dona Elza diz que a filha precisa ir e voltar do hospital várias vezes por dia. Com o preço da tarifa a R$ 1,60, fica muito difícil de fazer todas as viagens de ônibus.
“Não posso tratar de assuntos sobre a política de transporte coletivo, mas é fato que se houver aumento no preço da tarifa, como estão falando, aumentará o número de pessoas que não podem andar de ônibus por problemas financeiros”, disse o promotor Alexandre Guedes.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/332966/visualizar/
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