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Internacional
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 23:59
Por: Antonio de la Jara

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A candidata do governo à Presidência do Chile, Michelle Bachelet, disse no sábado que a prisão domiciliar e indiciamento do ex-ditador Augusto Pinochet por crimes econômicos e contra os direitos humanos demonstra que a Justiça é operante no país, apesar de lenta.

Bachelet, que lidera as pesquisas presidenciais, mas admite a realização de um segundo turno, disse que a Justiça tem avançado "lenta, mas segura" e reflete o "grau de maturidade da democracia chilena".

"O interessante é que neste país opera a Justiça (...) e à grande maioria das pessoas foi revelado quem era Pinochet", disse Bachelet em um encontro com a imprensa estrangeira no Chile.

Pinochet completou na sexta-feira 90 anos, mas não pôde festejar, já que um juiz determinou seu indiciamento e prisão como co-autor no sequestro de sete pessoas da oposição durante a Operação Colombo, que serviu para encobrir o desaparecimento e morte de 119 pessoas que eram contra seu governo na década de 1970.

Ainda nesta semana, outro juiz o indiciou e mandou prender por quatro crimes relacionados a suas contas milionárias secretas mantidas no exterior, que por enquanto se estima que podem chegar a 27 milhões de dólares.

"Para algumas pessoas a figura de Pinochet continuava sendo relevante porque tinham um contato com as questões de direitos humanos diferente daquele que eu tenho, mas quando aparecem outros tipos de delitos (econômicos), efetivamente tem muita gente que mudou a imagem, afeto e olhar", afirmou Bachelet.

A candidata da coalizão de centro-esquerda, que foi ministra da Saúde e da Defesa no atual governo de Ricardo Lagos, é filha de um ex-general da Força Aérea que foi torturado pela ditadura de Pinochet.

"(Depois da detenção) se produziu um efeito de transparência, de verdade e de relevar um personagem ... e acredito que isso para muita gente foi muito terrível", afirmou.

A médica pediatra Bachelet é a favorita para vencer as eleições de 11 de dezembro, mas sua ampla vantagem inicial foi caindo nas últimas semanas, depois da forte pressão da oposição de direita.

Depois de ter quase 50 por cento da preferência nas pesquisas realizadas na metade do ano, Bachelet obteve 39 por cento em uma pesquisa recente. Nesse caso, ela enfrentaria um segundo turno com um dos dois candidatos da direita: o ex-prefeito Joaquín Lavín ou o empresário Sebastián Piñera.

"Obviamente seria melhor vencer no primeiro turno, estamos fazendo todos os esforços para que as pessoas se mobilizem e trabalhem e não considero isso impossível, mas sei que passar a um segundo turno é altamente possível", disse Bachelet.





Fonte: Reuters

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