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Internacional
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 22:30

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A guerrilha colombiana do ELN afirmou hoje que não servirá de "curinga" de interesses eleitorais no "diálogo exploratório" de paz que assumirá em breve com o Governo do presidente Álvaro Uribe.

A eventual utilização da aproximação como "bandeira da campanha eleitoral" do Executivo "de fato marcaria o fracasso dessa nova tentativa" de saída negociada ao conflito, disseram os rebeldes em uma declaração pela internet.

A nota foi divulgada cinco dias depois que o Exército de Libertação Nacional (ELN) informou que concordava em manter no exterior um "diálogo exploratório" com o Executivo de Uribe.

A decisão foi adotada pelo chamado Comando Central (Coce) do ELN, que há três anos rompeu a primeira gestão desta mesma natureza que tinha empreendido com o Governo.

Segundo os rebeldes, da "atitude aberta e compreensiva da realidade do conflito que o Governo tiver" dependerá que o nascente processo "possa passar para outra fase".

Mas "não deixa de nos preocupar que venha (o Executivo) com atitudes autoritárias impor condições e que trate de transformar a paz com o ELN em bandeira da campanha eleitoral", acrescentou o grupo rebelde referindo-se à intenção de Uribe de tentar a reeleição no pleito do próximo ano.

O grupo guerrilheiro admitiu que desde 2002 "pouco mudaram as condições e seguem sendo mínimas as esperanças de avanços significativos" na busca da paz com o Governo de Uribe.

Segundo o ELN, Uribe reduz o conflito armado interno a um fenômeno de narcotráfico e violência, enquanto que essa guerrilha considera que tem causas sociais, econômicas e políticas e como tal há de ser reconhecido pelo Governo.

No entanto, acrescentou, Uribe foi além, ao incluir a luta contrainsurgente na "cruzada antiterrorista do presidente americano, George W. Bush.

Uribe faz isso "sem nenhum respeito pela verdade e, com esse propósito, nega a existência do conflito colombiano", segundo a mesma fonte, que rejeitou a "caricatura de paz" em que apostou a "oligarquia" do país, que reduz a reconciliação ao desarmamento rebelde.

Apesar disso, o ELN explicou que aceitou abrir um segundo "diálogo exploratório" com este Governo pelas contribuições positivas da chamada "Casa de Paz".

Trata-se de uma experiência implantada no início de setembro passado em Antioquia, após a libertação temporária do porta-voz público dessa guerrilha, "Francisco Galán", reconhecido pelo Governo como interlocutor em contatos de paz.

Esse espaço "pode gerar outras condições para que a vinculação do povo com o processo se torne realidade, o transforme em propósito nacional e jogue positivamente nas dinâmicas e agenda", considerou o ELN, segunda guerrilha do país, depois das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).





Fonte: EFE

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