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Internacional
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 21:33

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A rede catariana de televisão por satélite Al Jazira disse que recebeu várias mensagens de solidariedade de todo o mundo na polêmica que a enfrenta contra os EUA e o Reino Unido pelos supostos planos americanos para bombardear a sede do canal.

"Não só é a Al Jazira que procura esclarecimentos, mas também outras organizações. Não estamos sós nisto", declarou à EFE Satnam Matharu, porta-voz do canal de sua sede central em Doha, capital do Catar, a mesma que supostamente seria bombardeada.

Segundo Matharu, o diretor-geral da Al Jazira, Waddah Khanfar, está em Londres à frente de uma delegação para exigir uma reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, na busca de explicações.

De fato, Khanfar já entregou uma carta nesse sentido na residência oficial do chefe do Executivo britânico, afirmou Matharu.

De acordo com matéria publicada na terça-feira pelo jornal Daily Mirror, existe um memorando relatando uma conversa entre Blair e o presidente americano, George W. Bush, no qual este se mostra decidido a atacar a sede central de Al Jazira em Doha.

De acordo com o jornal, o primeiro-ministro do Reino Unido dissuadiu Bush ao colocar que um ataque contra a Al Jazira teria conseqüências catastróficas no Oriente Médio.

Após o relatório ter vazado, a procuradoria geral do Reino Unido disse a vários meios de comunicação que se publicarem seu conteúdo podem ser processados em virtude da lei de segredos oficiais, o que suscitou acusações de censura.

Segundo explicou o diretor da emissora, na carta cita-se que a Al Jazira trabalha há nove anos no mundo árabe e é um exemplo de democracia, por isso a notícia de que os Estados Unidos planejavam um ataque "é muito preocupante".

Os Estados Unidos acusaram várias vezes a Al Jazira de alimentar a insurreição armada no Iraque, e de ter servido de propagandista de seu inimigo público número um, Osama bin Laden.

Segundo a imprensa britânica, o memorando do Governo de Londres lança dúvidas sobre as afirmações americanas de que ataques anteriores contra escritórios ou colaboradores da Al Jazira não foram propositais.

Em outubro de 2001, o escritório de Al Jazira em Cabul foi destruído por duas "bombas inteligentes" aliadas, enquanto em abril de 2003, o repórter Tareq Ayyoub morreu em um ataque com mísseis contra a delegação da emissora na capital iraquiana, em plena invasão americana do Iraque.





Fonte: EFE

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