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Internacional
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 18:20

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Os líderes dos principais partidos políticos do Peru afirmaram hoje que a crise do sistema democrático no país andino propicia o avanço nas preferências populares do líder nacionalista Ollanta Humala.

Uma pesquisa de opinião apresentada hoje pela Universidade de Lima apontou que Humala chegou à terceira posição nas preferências eleitorais, com 12,9%, em um virtual empate técnico com o ex-presidente Alan García, que tem 13,4% de aprovação.

A pesquisa, que indicou uma queda de sete pontos da ainda favorita direitista Lourdes Flores, que tem 25,5%, confirmou que Humala subiu mais de oito pontos em apenas um mês.

O líder do Partido Nacionalista Peruano, um major aposentado do Exército que em 2000 se rebelou contra o Governo do presidente Alberto Fujimori, é considerado pelos políticos locais "uma ameaça" para o sistema democrático pelas mensagens radicais que envia contra os partidos "tradicionais".

Humala é irmão do também major da reserva do Exército Antauro Humala, chefe do denominado Movimento Etnocacerista, que em janeiro deste ano invadiu uma delegacia na cidade andina de Andahuaylas e enfrentou durante três dias as forças de segurança com um saldo de quatro policiais e dois rebeldes mortos.

A congressista Mercedes Cabanillas, presidente da Comissão Política do Partido Aprista Peruano, afirmou hoje à emissora de rádio Cadena Peruana de Notícias que Ollanta Humala representa "os cidadãos desesperançados com o sistema democrático".

Ela acrescentou que, por esse motivo, é necessário realizar grandes reformas para repensar o sistema de representação política e que inclusive há planos de "voltar a fundar a República" O chefe do partido governante Peru Possível, Hugo Garavito, indicou que "a fraqueza" do sistema político permitiu o avanço de propostas como a de Humala que, segundo disse, carece de programa de Governo.

O diretor do instituto de pesquisas TPI, Manuel Saavedra, explicou que o avanço de Humala é baseado na frustração da cidadania com a classe política e no trabalho que o dirigente político realiza no interior do país.

O chefe do Grupo de Opinião Pública da Universidade de Lima, Luis Benavente, afirmou que a ascensão de Humala é produto do aumento de sua popularidade nos segmentos mais empobrecidos e excluídos da sociedade.

Benavente acrescentou que isto representa um "voto de rejeição" ao atual sistema político, duramente questionado pela população.





Fonte: EFE

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