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Política de juro alto trava BNDES, diz Mantega
O desaquecimento da economia nos últimos meses deste ano também se refletiu no desempenho do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O orçamento de liberações de empréstimos do banco para este ano, previsto em R$ 60,8 bilhões, corre o risco de ficar muito próximo dos R$ 40 bilhões de 2004.
Ao dar essas informações, o presidente do BNDES, Guido Mantega, faz uma crítica indireta ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e ao Banco Central. Ele aponta a política de juros altos e o câmbio valorizado como responsáveis por esse desempenho abaixo do esperado. Mantega acha elevada a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que baliza os juros cobrados nos empréstimos do BNDES, a 9,75% ao ano. "As políticas monetária e cambial são restritivas, e a TJLP não estimula o investimento", diz Mantega.
Para o presidente do BNDES, a crise política não teve influência sobre o comportamento ruim do banco, já que as regras na economia não foram alteradas. "Houve um claro arrefecimento do ímpeto de investimento, pelo menos no âmbito do BNDES", afirma Mantega.
Como se trata do principal banco de fomento do país, o desempenho do BNDES é tido como um dos melhores indicadores para medir o comportamento do investimento no país e, conseqüentemente, da economia.
Os números do BNDES confirmam as previsões mais pessimistas de que a estimativa oficial de crescimento de 3,4% do PIB neste ano pode não ser alcançada, o que se tornaria mais uma dor de cabeça no governo para o ministro Palocci.
O próprio Mantega, que apostava em um crescimento de 4% do PIB neste ano, já admite que o resultado será muito mais baixo. Ele ainda espera, no entanto, um índice acima de 3% de expansão do PIB, mas não demonstra o mesmo otimismo de pouco tempo atrás.
O pessimismo de Mantega se baseia na possibilidade de o IBGE divulgar na próxima quarta-feira um número bastante negativo para o PIB no terceiro trimestre. A previsão de Mantega era um crescimento de até 0,7% para o período, mas ele admite que o resultado pode ser até negativo.
De janeiro a outubro deste ano, o BNDES liberou R$ 33,9 bilhões em financiamentos, um resultado apenas 6% superior aos R$ 31,9 bilhões de igual período do ano passado. Mantega esperava um número superior a R$ 34 bilhões para poder alcançar pelo menos R$ 50 bilhões de desembolsos neste ano. "Nós ainda estamos empenhados em chegar aos R$ 50 bilhões, mas o ímpeto caiu bastante", diz Mantega.
Outro indicador importante, que reflete a queda no ânimo dos empresários, foi o desempenho das consultas a novos investimentos ao BNDES. De janeiro a outubro, as cartas-consultas somaram R$ 72,4 bilhões, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mantega acha que esse quadro de desaceleração da economia poderia ter sido evitado se os juros estivessem mais baixos. "O Banco Central poderia estar reduzindo os juros mais rapidamente", diz Mantega. "O que está se colhendo é o que se plantou."
O presidente do BNDES espera, no entanto, que esse cenário se reverta com a queda da Selic para 18,5% nesta semana e que a economia se aqueça neste final de ano, o que poderia evitar um crescimento do PIB abaixo de 3% em 2005. "A redução da Selic pode influenciar os juros futuros e provocar alguma reação na economia", afirma Mantega.
Além dos juros altos e do real valorizado, Mantega diz também que a alta oferta de crédito externo e o fato de as empresas estarem capitalizadas também podem ser considerados fatores importantes para o arrefecimento dos desembolsos do BNDES.
Ao dar essas informações, o presidente do BNDES, Guido Mantega, faz uma crítica indireta ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e ao Banco Central. Ele aponta a política de juros altos e o câmbio valorizado como responsáveis por esse desempenho abaixo do esperado. Mantega acha elevada a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), que baliza os juros cobrados nos empréstimos do BNDES, a 9,75% ao ano. "As políticas monetária e cambial são restritivas, e a TJLP não estimula o investimento", diz Mantega.
Para o presidente do BNDES, a crise política não teve influência sobre o comportamento ruim do banco, já que as regras na economia não foram alteradas. "Houve um claro arrefecimento do ímpeto de investimento, pelo menos no âmbito do BNDES", afirma Mantega.
Como se trata do principal banco de fomento do país, o desempenho do BNDES é tido como um dos melhores indicadores para medir o comportamento do investimento no país e, conseqüentemente, da economia.
Os números do BNDES confirmam as previsões mais pessimistas de que a estimativa oficial de crescimento de 3,4% do PIB neste ano pode não ser alcançada, o que se tornaria mais uma dor de cabeça no governo para o ministro Palocci.
O próprio Mantega, que apostava em um crescimento de 4% do PIB neste ano, já admite que o resultado será muito mais baixo. Ele ainda espera, no entanto, um índice acima de 3% de expansão do PIB, mas não demonstra o mesmo otimismo de pouco tempo atrás.
O pessimismo de Mantega se baseia na possibilidade de o IBGE divulgar na próxima quarta-feira um número bastante negativo para o PIB no terceiro trimestre. A previsão de Mantega era um crescimento de até 0,7% para o período, mas ele admite que o resultado pode ser até negativo.
De janeiro a outubro deste ano, o BNDES liberou R$ 33,9 bilhões em financiamentos, um resultado apenas 6% superior aos R$ 31,9 bilhões de igual período do ano passado. Mantega esperava um número superior a R$ 34 bilhões para poder alcançar pelo menos R$ 50 bilhões de desembolsos neste ano. "Nós ainda estamos empenhados em chegar aos R$ 50 bilhões, mas o ímpeto caiu bastante", diz Mantega.
Outro indicador importante, que reflete a queda no ânimo dos empresários, foi o desempenho das consultas a novos investimentos ao BNDES. De janeiro a outubro, as cartas-consultas somaram R$ 72,4 bilhões, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mantega acha que esse quadro de desaceleração da economia poderia ter sido evitado se os juros estivessem mais baixos. "O Banco Central poderia estar reduzindo os juros mais rapidamente", diz Mantega. "O que está se colhendo é o que se plantou."
O presidente do BNDES espera, no entanto, que esse cenário se reverta com a queda da Selic para 18,5% nesta semana e que a economia se aqueça neste final de ano, o que poderia evitar um crescimento do PIB abaixo de 3% em 2005. "A redução da Selic pode influenciar os juros futuros e provocar alguma reação na economia", afirma Mantega.
Além dos juros altos e do real valorizado, Mantega diz também que a alta oferta de crédito externo e o fato de as empresas estarem capitalizadas também podem ser considerados fatores importantes para o arrefecimento dos desembolsos do BNDES.
Fonte:
24 HorasNews
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/333180/visualizar/
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