Estudo mostra que 60% dos chineses já bateram em seus filhos

Mais de 60% dos chineses bateram em alguma ocasião em seus filhos, segundo um estudo da Academia de Ciências Sociais do qual informou hoje a imprensa oficial.

Do estudo, baseado em enquetes feitas com 5.800 estudantes em 10 cidades, se soube também que 15% das crianças perguntadas foram maltratadas em alguma ocasião por seus professores, e outros 38,6% por crianças maiores que elas.

"A violência na família é o pior dano que as crianças podem experimentar", assinalou o especialista Yang Xiong, um dos responsáveis pelo estudo, que acrescentou que após os maus-tratos, o menor pode "até buscar a vingança através da autodestruição".

O estudo foi feito público em um Fórum Internacional sobre a Infância em Pequim, e também chamou a atenção sobre outros problemas para a saúde física e mental das crianças chinesas (mais ou menos 300 milhões).

Por exemplo, assinalou que 44,6% dos jovens de 15 anos (e 10% dos menores de 12) dormem menos de oito horas, uma falta de sono que segundo os especialistas pode afetar seu crescimento.

Um dos principais problemas que afeta as crianças chinesas é o da emigração, já que nas regiões rurais muitos pais vão para a cidade e deixam seus filhos no povoado.

Calcula-se que por volta de 70 milhões de crianças chinesas (uma em cada quatro) vivem longe de seus pais por esta razão, e muitas delas sofrem por isso problemas emocionais e fracasso escolar.

Outros estudos anteriores revelaram que uma em cada oito crianças chinesas sofre de problemas psicológicos ou de comportamento, na maioria dos casos devido à atitude dos pais.