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Cidades/Geral
Sábado - 26 de Novembro de 2005 às 09:58

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A Igreja Católica está dividida na fronteira sobre a questão da criação das áreas indígenas para chiquitanos. De um lado o padre da Igreja Nossa Senhora de Fátima, de Porto Esperidião, Adevair Braga Caldeira, puxa o coro juntamente com a Funai e o Cimi em defesa das reservas. De outro, o padre da comunidade Santa Clara, em Ponta de Aterro, na fronteira, Geraldo José dos Santos, discorda totalmente da proposta.

A divisão extrapola o altar. No seu pronunciamento na audiência, o governador Blairo Maggi lamentou que a Igreja Católica adote posturas que contrariam os católicos para atender estranhos interesses.

Padre Adevair não participou da audiência pública – o mesmo fez a Funai – e não se encontrava ontem em Porto Esperidião. Padre Geraldo compareceu e fez um vigoroso pronunciamento contrário à proposta da se criar áreas para os descendentes de bolivianos.

DIARIO - Por que o senhor é contra reservas?

PADRE GERALDO – Não sou contra reservas indígenas. Minha origem é salesiana e nós temos reservas indígenas em Merure, dos bororos; Sangradouro/Volta Grande, dos bororos; São Marcos, dos xavantes. Ou seja, onde é índio é índio, e a Funai tem que ir a esses locais e dar total assistência, ajudar aqueles povos como faz. Agora, na Ponta do Aterro são outros quinhentos.

DIÁRIO – Outros quinhentos...

PADRE GERALDO – (Sorrindo) No passado cuidei de índios em Merure, São Marcos etc. Só que aqui na fronteira não existem índios. O que existe na fronteira é um povo que em parte tem origem boliviana, e que pode até ter ancestrais indígenas como nós que descendemos dos tupis, dos goitacazes, etc.

DIÁRIO – O senhor conhece a realidade da fronteira há quanto tempo?

PADRE GERALDO – A vida toda, pois nasci em Cáceres que é município de fronteira. Fui pároco em Vila Bela e em Cáceres por oito anos. (EG)





Fonte: Diário de Cuiabá

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