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Internacional
Sexta - 25 de Novembro de 2005 às 19:20
Por: Crispian Balmer

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Os três maiores sindicatos da Itália fizeram uma greve nacional na sexta-feira em protesto contra o Orçamento do governo. É a sexta greve geral desde a eleição de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro, em 2001.

Fábricas, trens, bancos e aviões paralisaram suas atividades, e os manifestantes foram às ruas de dezenas de cidades italianas para reclamar dos cortes nos gastos públicos, que os sindicatos acreditam que vão prejudicar os serviços públicos e a já frágil economia.

"É uma greve maciça em toda a Itália, que mostra que os trabalhadores, os pensionistas e os jovens condenam como nós o Orçamento e o governo", disse Guglielmo Epifani, líder do CGIL, numa manifestação no centro de Roma.

Os três sindicatos estimam que até 90 por cento de seus 12 milhões de associados participaram do protesto.

Berlusconi, que enfrentará o crivo das urnas em abril de 2006, chamou a greve de perda de tempo.

"É absolutamente inútil, um velho ritual cansativo que não terá impacto nenhum", disse ele na cidade de Messina, na Sicília.

Os funcionários públicos, entre eles carteiros e garis, fizeram uma paralisação de oito horas, e empregados do setor privado pararam de trabalhar por quatro horas.

Os hospitais realizaram apenas atendimentos de emergência, e o transporte público ficou totalmente parado em algumas cidades, deixando milhares de viajantes na mão.

"Está ruim, muito ruim hoje", disse o turista norte-americano Jerry Kennerly, que ficou preso na estação central de Roma, sob o frio.

A Alitalia cancelou 230 vôos, e empresas aéreas estrangeiras tiveram de cancelar ou retardar seus vôos para a Itália.

Músicos revoltados com os cortes no orçamento da área da cultura disseram que tocariam o Réquiem de Verdi em cidades de toda a Itália à noite, em sinal de luto pela economia.

O governo anunciou cortes de 16,5 bilhões de euros no Orçamento para honrar o compromisso assumido junto à União Européia, de reduzir o déficit público para 3,8 por cento do PIB no ano que vem.

O déficit, que segundo os acordos da UE deveria ficar abaixo dos 3 por cento do PIB, deve fechar o ano em 4,3 por cento.

"Não podemos levar a proporção déficit-PIB para 20 por cento aceitando todas as exigências dos sindicatos", disse o ministro do Trabalho, Roberto Maroni. "Precisamos de um pouco de seriedade."

As relações trabalhistas na Itália têm sido tensas no governo de Berlusconi. Os sindicatos criticam seu programa de reformas, como a reforma previdenciária e do mercado de trabalho.

"Os sindicatos reclamam de nossas reformas porque querem manter o status quo", disse Maroni.





Fonte: Reuters

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