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Internacional
Sexta - 25 de Novembro de 2005 às 16:50

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A organização ambientalista Greenpeace, que pediu hoje à China mais esforços diante do desastre ecológico de Harbin, destacou à EFE que existe perigo de que o benzeno, cancerígeno em grandes quantidades, possa contaminar animais da região e, mais tarde, os seres humanos.

"Caso o benzeno se deposite no leito do rio Songhua, pode entrar na cadeia alimentar e, a longo prazo, causar câncer no homem", disse um especialista do escritório da organização na China, Kevin May.

Em comunicado à imprensa, a organização lembrou que, se a substância chegar às águas subterrâneas da região nordeste da China, pode causar impacto ambiental.

O documento pede à China mais empenho para proteger a população local e o meio ambiente das conseqüências do derramamento de substâncias tóxicas no rio Songhua. O desastre aconteceu após a explosão de uma petroquímica na cidade de Jilin, na província do mesmo nome, em 13 de novembro.

"O benzeno é altamente tóxico e cancerígeno. Na água, pode contaminar por inalação, se for absorvido pela pele ou se for ingerido. Uma vez no corpo, passa rapidamente para o sangue e se acumula temporariamente na gordura e na medula espinhal", disse o comunicado.

"A exposição ao benzeno no ar pode causar leucemia, e teme-se que possa causar os mesmos efeitos na água e na comida", acrescentou.

Nem o relatório nem o próprio May deram detalhes sobre a poluição por nitrobenzeno, outra substância encontrada em altas concentrações no rio Songhua. A Administração Estatal de Proteção Ambiental chinesa (Sepa, na sigla em inglês) garantiu que pode ser ainda mais maléfico que o benzeno.

Em relação a outro acidente parecido ocorrido na quinta-feira em Chongqing (centro da China), May disse que "parece que a escala é menor, mas a Sepa aparentemente ainda não está à frente da questão e resta saber se os Governos locais poderão enfrentar o problema".

Em Chongqing, outra explosão em uma indústria química pode ter causado poluição por benzeno. Seis mil pessoas foram evacuadas e a população local foi orientada a não usar a água dos rios próximos.

May lamentou o atraso da China ao informar à opinião pública sobre o desastre de Harbin (nove dias após o vazamento).

O Governo municipal de Harbin, de início, não explicou por que cortou o fornecimento de água. Mais tarde, entretanto, diante das reações de pânico, teve de reconhecer que a ação foi tomada devido à chegada da água contaminada ao Songhua, cuja água é usada para o consumo humano na cidade.

Dias antes, os cidadãos de Songyuan, outra cidade às margens do Songhua, passaram sete dias sem água corrente sem que as autoridades revelassem os verdadeiros motivos do corte.

A massa de água contaminada, de 80 quilômetros de comprimento, continuou hoje seu rumo em direção ao rio Amur, onde desemboca o Songhua.

O Amur (chamado "Rio do Dragão Negro" na China) marca a fronteira entre a China e a Rússia. Mais adiante, entra na Rússia, onde o alarme pelo desastre ecológico é maior que na China.





Fonte: EFE

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