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Cidades/Geral
Sexta - 25 de Novembro de 2005 às 09:23
Por: Natacha Wogel

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A audiência conciliatória entre a empresa Furnas Centrais Elétricas e o Movimento dos Atingidos por Barragens (Mab), ocorrida ontem, na 1ª Vara de Justiça Federal, não levou a resultado algum. O juiz Marcos Alves Tavares manteve como suspenso o trâmite para aguardar o resultado de uma reunião que deve acontecer na segunda-feira (28), em Brasília, mediada pelo Ministério das Minas e Energias. Há mais de dez dias, cerca de 500 manifestantes do Mab estão acampados na entrada da Usina de Manso.

Conforme as lideranças do Mab, Furnas se nega a negociar enquanto os manifestantes não desocuparem a entrada da usina. Os membros do movimento dizem só deixar o acampamento depois que receberem uma resposta concreta da empresa.

“Não adianta vir com promessas ou propostas. Queremos respostas definitivas sobre a aceitação da pesquisa do Gera (Grupo de Pesquisa do Cerrado, Pantanal e Amazônia) e a compra das terras produtivas para o assentamento. Enquanto isso, ficaremos acampados na usina”, respondeu um dos coordenadores do Mab que compareceu ao audiência, Sandro Leonardi.

A pesquisa realizada pelo Gera, formado por técnicos da UFMT, apontou a necessidade de assentamento de 997 famílias, das 1.006 apresentadas pelo Mab. O estudo, contratado por Furnas, foi finalizado há mais de um ano, mas o resultado foi repassado ao Mab há aproximadamente um mês. A estatal não concordou com os números apresentados, contestando a documentação colhida pelos pesquisadores. Para Furnas, apenas 96 famílias são candidatas a serem assentadas, além de mais 111 possíveis de serem reassentadas, por estarem alegando que as terras onde estão serem improdutivas.

Quanto à reunião de segunda-feira, os integrantes do Mab esperam que as respostas sejam positivas. Como representantes do movimento estarão três pessoas de Mato Grosso e outros do Mab nacional.

“Depois disso, o juiz determinou que Furnas volte a solicitar uma nova audiência, se a conciliação não for alcançada em Brasília”, finalizou Leonardi. A justiça também determinou aos acampados que não obstruam e nem invadam a usina.

Os representantes de Furnas na audiência, os advogados Luiz Kazuhico Fuchikami, e André Luiz de Maria, não se pronunciaram sobre o assunto. O Diário fez contato com a assessoria de imprensa da empresa, mas não obteve retorno sobre seu posicionamento até o fechamento desta edição.





Fonte: Diário de Cuiabá

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