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Internacional
Quinta - 24 de Novembro de 2005 às 12:55
Por: Carmen Munari

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em entrevista a emissoras de rádio nesta quinta-feira que ainda não decidiu se vai concorrer à reeleição e assegurou que o ministro Antonio Palocci permanecerá no cargo.

Ele também voltou a afirmar que desconhecia as denúncias que levaram ao escândalo do mensalão e reiterou que as acusações de corrupção contra o PT e o governo são fruto da proximidade das eleições.

"Ainda tenho um ano e um mês de mandato para cumprir. Eu não tenho que decidir agora se sou candidato ou não. Quem tem que decidir são meus adversários, que estão batendo cabeça por aí", afirmou Lula a rádios do Rio de Janeiro e São Paulo.

"No momento certo eu vou dizer se sou ou não sou (candidato)", disse.

Lula afirmou que as acusações contra o governo são fruto da antecipação das eleições e que muitas acusações não são provadas mas acabam sem retratação.

"Já começaram as eleições presidenciais e de governadores, então antes de provar fazem um carnaval e fica o dito pelo não dito", disse, lembrando que as acusações estão sendo investigadas e que 500 servidores públicos e 130 policiais federais já foram afastados por denúncias variadas de corrupção.

Reafirmou que não sabia do mensalão e disse que só ficaria sabendo se estivesse no local do acordo, se alguém lhe contasse ou se a imprensa denunciasse.

Autor das denúncias, o ex-deputado Roberto Jefferson, afirmou que alertou o presidente que o PT estaria pagando por apoio no Congresso.

PALOCCI

Lula voltou a reforçar, como tem feito desde terça-feira, a permanência do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, no cargo, apesar das divergências internas.

"Palocci é uma pessoa extremamente importante neste momento político e econômico do Brasil. O Palocci foi convidado por mim, continuará e será o meu ministro da Fazenda. Isso não tem discussão, especulação", afirmou.

Lula elogiou a competência do ministro e mais uma vez insistiu que o debate interno —como o travado entre Palocci e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff— faz parte de todo governo.

"Há uma coisa que a sociedade tem que saber, o Palocci é um homem de uma competência acima da média, com a vantagem que ele não é economista... ele não levanta a voz e passa tranquilidade na economia brasileira", disse o presidente.

QUEDA NA POPULARIDADE

O presidente reagiu com espontaneidade quando confrontado com o resultado de pesquisas de opinião recentes que apontam queda constante de sua popularidade.

"Qual presidente resistiria ao bombardeio que estou sofrendo desde junho?", comentou, referindo-se às denúncias de corrupção.

CRÍTICAS AO RIO

Na entrevista, o presidente também fez duras críticas ao governo e à prefeitura do Rio de Janeiro nas áreas de saúde, saneamento básico e na parceria com o Bolsa Família, principal programa social do governo federal.

A governadora do Rio, Rosinha Matheus, e seu marido, o secretário Anthony Garotinho, ambos do PMDB, fazem oposição ao presidente Lula, assim como o prefeito Cesar Maia (PFL). Maia e Garotinho têm pretensões à Presidência.

Na quarta-feira, em visita à cidade do Rio de Janeiro, Lula enfrentou protesto de cerca de 300 pessoas comandado por Clarissa Matheus, filha de Rosinha e Garotinho, e presidente da juventude do PMDB.

CELSO DANIEL

O presidente externou a certeza de que o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel em 2002 foi crime comum.

"Tenho a convicção de que a morte do Celso Daniel foi crime comum, um acidente de percurso. Não acredito em crime político."

Ele disse que esta é a conclusão das investigações da Polícia Civil de São Paulo e da Polícia Federal.

"Lamentavelmente, uma parte do Ministério Público de São Paul, toda vez que vai chegando a eleição, levanta esse caso."

O presidente já concedeu entrevista a emissoras de rádio na semana passada e ainda fará uma terceira rodada na semana que vem.





Fonte: Reuters

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