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Nacional
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 15:16
Por: Kelly Lima

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Niterói. RJ - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que manterá no governo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que têm divergido nos últimos dias sobre os rumos da política econômica. "Um time de futebol só dá certo quando tem 11 jogadores com características diferentes, no governo é a mesma coisa", disse. Segundo ele, Palocci fica até o final do governo. "Palocci é uma figura imprescindível para o Brasil", afirmou.

Em discurso com tom paternal, o presidente disse aos metalúrgicos presentes à cerimônia de inauguração da plataforma P-50, no Rio, para que não dêem muita importância às denúncias contra seu governo. "Não se preocupem com o que sai (na imprensa), com estes denuncismos, e com as brigas. Não se preocupem. Isso atormenta", afirmou. "De pai para filho posso dizer a todos vocês que não haverá nada, nenhum momento em que a eleição (de 2006) me fará mudar a trajetória que traçamos para este País".

Durante todo o discurso de 40 minutos, Lula aproveitou para criticar os antecessores, sem citar nomes. "Duvido que em qualquer lugar do mundo, um país que tivesse à indústria naval que tínhamos antigamente permitisse que ela quebrasse como o Brasil permitiu, sob pretexto de entrar na globalização e como se para ser moderno não fosse preciso ter navios brasileiros, com empregados brasileiros", disse citando a década de 80 e 90, em que indústria naval foi sucateada.

Também sem citar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula citou "falhas" do governo anterior na área de energia, de economia, da criação de empregos e ainda na educação. "Não se combateu o problema na base quando os professores reclamaram da falta de estrutura. A impressão que se tem é que tudo o que foi feito para melhorar acabou piorando", disse, citando a progressão continuada, sistema pelo qual o aluno não repete de ano na escola.

Ele falou ainda do esforço do governo para evitar um novo apagão na área de energia. "A pior parte para o trabalhador brasileiro não foi ser privado da energia dentro de casa, mas sim ter que pagar a conta de uma energia que não tinha consumido", disse.

Lula chegou a citar Fernando Collor, como "aquele que foi eleito com a promessa de caçar marajás e só contribuiu para que mais deles fossem criados". "Ele foi eleito com uma frase de efeito e nós sabemos o peso que uma frase de efeito tem neste país".

Ainda hoje, o presidente participa de um encontro sobre comércio exterior no Rio de Janeiro e depois segue para Brasília.





Fonte: Agência Estado

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