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Annan rejeita compromisso com a Síria sobre assassinato de Hariri
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, descartou uma proposta da Síria para chegar a um acordo com ele sobre as condições em que a organização investiga o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri.
"A proposta foi recebida, mas o papel do secretário-geral não é interferir nesse processo", disse na terça-feira à noite à EFE Stéphane Dujaric, porta-voz oficial de Annan.
"Quem faz e continuará fazendo a investigação é (Detlev) Mehlis", afirmou Dujaric, em referência ao promotor alemão que dirige a comissão da ONU que investiga o assassinato de Hariri, em que supostamente estiveram envolvidos altos funcionários sírios.
A proposta de compromisso está escrita em uma carta enviada na segunda-feira pelo ministro de Assuntos Exteriores sírio, Farouk al Chara, ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O regime de Damasco reitera na carta que está disposto a colaborar com a ONU, mas diz que é necessário que as duas partes cheguem antes a "um protocolo" para estabelecer as bases e os critérios em que a investigação será feita.
A proposta foi feita após a Síria rejeitar a exigência de Mehlis de interrogar no Líbano os seis funcionários sírios supostamente envolvidos no atentado que em 14 de fevereiro matou Hariri e outras 20 pessoas.
Entre esses funcionários estão o ex-chefe da inteligência militar síria no Líbano, o general Rustom Ghalazeh, e o general Asef Shaukat, cunhado do presidente sírio, Bachar al Assad, e considerado o homem mais poderoso do regime de Damasco.
Em entrevista ao jornal sírio As Safir, o presidente Bachar al Assad opinou que interrogar esses funcionários no Líbano seria "humilhar" seu país.
A proposta da Síria e sua rejeição pela ONU ocorrem apenas três semanas antes da apresentação do relatório de Mehlis ao Conselho de Segurança sobre o desenvolvimento da investigação.
O Conselho, principal órgão de decisão da ONU, pediu à Síria a "máxima colaboração na investigação" sobre o crime, em uma resolução aprovada em outubro após um primeiro relatório em que Mehlis criticou o regime de Damasco. Na época, o promotor alemão já tinha detectado o suposto envolvimento sírio no assassinato.
De acordo com meios diplomáticos, um novo relatório do promotor alemão, com a denúncia de que a Síria não colabora o suficiente com o trabalho da comissão, permitiria ao Conselho adotar sanções contra o país.
Perguntado pela imprensa, o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, cujo país lidera com a França as críticas à Síria no Conselho, apoiou a investigação de Mehlis e criticou o regime de Damasco.
"Não vamos dar uma segunda oportunidade às técnicas e táticas dos sírios. Vamos dizer-lhes muito claramente que devem parar de adiar e obstruir o trabalho de Mehlis", afirmou. O representante americano ressaltou que 15 de dezembro "se aproxima a cada dia, e os sírios sabem muito bem disso".
"A proposta foi recebida, mas o papel do secretário-geral não é interferir nesse processo", disse na terça-feira à noite à EFE Stéphane Dujaric, porta-voz oficial de Annan.
"Quem faz e continuará fazendo a investigação é (Detlev) Mehlis", afirmou Dujaric, em referência ao promotor alemão que dirige a comissão da ONU que investiga o assassinato de Hariri, em que supostamente estiveram envolvidos altos funcionários sírios.
A proposta de compromisso está escrita em uma carta enviada na segunda-feira pelo ministro de Assuntos Exteriores sírio, Farouk al Chara, ao secretário-geral e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O regime de Damasco reitera na carta que está disposto a colaborar com a ONU, mas diz que é necessário que as duas partes cheguem antes a "um protocolo" para estabelecer as bases e os critérios em que a investigação será feita.
A proposta foi feita após a Síria rejeitar a exigência de Mehlis de interrogar no Líbano os seis funcionários sírios supostamente envolvidos no atentado que em 14 de fevereiro matou Hariri e outras 20 pessoas.
Entre esses funcionários estão o ex-chefe da inteligência militar síria no Líbano, o general Rustom Ghalazeh, e o general Asef Shaukat, cunhado do presidente sírio, Bachar al Assad, e considerado o homem mais poderoso do regime de Damasco.
Em entrevista ao jornal sírio As Safir, o presidente Bachar al Assad opinou que interrogar esses funcionários no Líbano seria "humilhar" seu país.
A proposta da Síria e sua rejeição pela ONU ocorrem apenas três semanas antes da apresentação do relatório de Mehlis ao Conselho de Segurança sobre o desenvolvimento da investigação.
O Conselho, principal órgão de decisão da ONU, pediu à Síria a "máxima colaboração na investigação" sobre o crime, em uma resolução aprovada em outubro após um primeiro relatório em que Mehlis criticou o regime de Damasco. Na época, o promotor alemão já tinha detectado o suposto envolvimento sírio no assassinato.
De acordo com meios diplomáticos, um novo relatório do promotor alemão, com a denúncia de que a Síria não colabora o suficiente com o trabalho da comissão, permitiria ao Conselho adotar sanções contra o país.
Perguntado pela imprensa, o embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, cujo país lidera com a França as críticas à Síria no Conselho, apoiou a investigação de Mehlis e criticou o regime de Damasco.
"Não vamos dar uma segunda oportunidade às técnicas e táticas dos sírios. Vamos dizer-lhes muito claramente que devem parar de adiar e obstruir o trabalho de Mehlis", afirmou. O representante americano ressaltou que 15 de dezembro "se aproxima a cada dia, e os sírios sabem muito bem disso".
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/334110/visualizar/
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