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Fardados, iraquianos matam pai e filhos em casa
Homens armados, usando farda do Exército iraquiano, mataram um líder tribal árabe sunita de 70 anos e três dos seus filhos, todos adormecidos em sua casa, disseram parentes na quarta-feira.
Um funcionário do Ministério da Defesa negou que soldados iraquianos tenham participado do incidente no bairro Hurryia, em Bagdá. Segundo ele, os responsáveis são terroristas disfarçados.
"Os uniformes do Exército iraquiano enchem as ruas, e qualquer terrorista pode matar e manchar nossa imagem, matando dois coelhos com uma só cajadada", disse ele.
O ataque deve agravar ainda mais a tensão no país, que já vive o temor de uma guerra civil de caráter religioso. O incidente ocorre uma semana depois da descoberta de 170 presos sunitas, alguns com sinais de tortura e desnutrição, nos porões do Ministério do Interior.
O Ministério do Interior disse que 40 homens fardados invadiram a casa das vítimas durante a noite. Parentes disseram que pai e filhos foram alvejados enquanto dormiam. Uma vítima estava segurando sua filha no colo. "Os homens disseram à menina que saísse e então atiraram no pai dela", disse um parente.
O idoso assassinado, Kathim Sirheed Ali, era líder da tribo Batta, segundo a família. Líderes sunitas acusam o Ministério do Interior, controlado pelos xiitas, de apoiarem esquadrões da morte mantidos por milícias xiitas que atacam sunitas. O governo nega.
"Vi com meus próprios olhos, eram soldados", disse Thair Kathim Sirheed sobre o grupo que matou seu pai e três irmãos. Sirheed contou que ele e dois dos irmãos assassinados haviam trabalhado na polícia.
"Vou me livrar do meu distintivo policial. A partir de agora, serei um terrorista", disse Sirheed. No mês passado, contou, homens armados mataram outro irmão e roubaram seu carro e seu dinheiro.
Após o crime da madrugada, mulheres vestindo luto se reuniram em torno dos cadáveres crivados de balas, ainda dentro da casa, sob o olhar atento das crianças mais novas. "Por quê? Por quê? O governo aceita isso?", perguntava uma mulher.
Ataques como esse não são raros no Iraque, onde xiitas e curdos chegaram ao poder graças às eleições de janeiro, que isolaram politicamente os sunitas, dominantes até o regime de Saddam Hussein.
As autoridades locais e os EUA esperam que as eleições de dezembro, para um governo pleno, ajudem a unir o país e aliviar as tensões sectárias.
Mas a grande dúvida é se o processo político acabará com a insurgência sunita, cujos atentados suicidas, carros-bomba e tiros já mataram milhares de civis e membros das forças de segurança iraquianas.
(Reportagem de Yasser Faisal; edição em português Redação Rio de Janeiro; +55 21 2223-7148))
Um funcionário do Ministério da Defesa negou que soldados iraquianos tenham participado do incidente no bairro Hurryia, em Bagdá. Segundo ele, os responsáveis são terroristas disfarçados.
"Os uniformes do Exército iraquiano enchem as ruas, e qualquer terrorista pode matar e manchar nossa imagem, matando dois coelhos com uma só cajadada", disse ele.
O ataque deve agravar ainda mais a tensão no país, que já vive o temor de uma guerra civil de caráter religioso. O incidente ocorre uma semana depois da descoberta de 170 presos sunitas, alguns com sinais de tortura e desnutrição, nos porões do Ministério do Interior.
O Ministério do Interior disse que 40 homens fardados invadiram a casa das vítimas durante a noite. Parentes disseram que pai e filhos foram alvejados enquanto dormiam. Uma vítima estava segurando sua filha no colo. "Os homens disseram à menina que saísse e então atiraram no pai dela", disse um parente.
O idoso assassinado, Kathim Sirheed Ali, era líder da tribo Batta, segundo a família. Líderes sunitas acusam o Ministério do Interior, controlado pelos xiitas, de apoiarem esquadrões da morte mantidos por milícias xiitas que atacam sunitas. O governo nega.
"Vi com meus próprios olhos, eram soldados", disse Thair Kathim Sirheed sobre o grupo que matou seu pai e três irmãos. Sirheed contou que ele e dois dos irmãos assassinados haviam trabalhado na polícia.
"Vou me livrar do meu distintivo policial. A partir de agora, serei um terrorista", disse Sirheed. No mês passado, contou, homens armados mataram outro irmão e roubaram seu carro e seu dinheiro.
Após o crime da madrugada, mulheres vestindo luto se reuniram em torno dos cadáveres crivados de balas, ainda dentro da casa, sob o olhar atento das crianças mais novas. "Por quê? Por quê? O governo aceita isso?", perguntava uma mulher.
Ataques como esse não são raros no Iraque, onde xiitas e curdos chegaram ao poder graças às eleições de janeiro, que isolaram politicamente os sunitas, dominantes até o regime de Saddam Hussein.
As autoridades locais e os EUA esperam que as eleições de dezembro, para um governo pleno, ajudem a unir o país e aliviar as tensões sectárias.
Mas a grande dúvida é se o processo político acabará com a insurgência sunita, cujos atentados suicidas, carros-bomba e tiros já mataram milhares de civis e membros das forças de segurança iraquianas.
(Reportagem de Yasser Faisal; edição em português Redação Rio de Janeiro; +55 21 2223-7148))
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/334128/visualizar/
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