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Economia
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 09:30
Por: Marcondes Maciel

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Pelo menos 70% das 1,8 mil madeireiras existentes no Estado deverão iniciar 2006 com as portas fechadas. A previsão foi feita ontem pelo presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Nereu Pasini, ao apresentar os números da indústria nos últimos anos e falar sobre as perspectivas do setor para 2006.

“Infelizmente, vamos iniciar o ano com apenas 30% das nossas indústrias madeireiras funcionando. A crise no setor é grande e a maioria das empresas não vai suportar a paralisação das indústrias, motivada pelas restrições impostas pelas exigências ambientais”, anuncia Pasini.

Segundo ele, as restrições referem-se principalmente à morosidade na aprovação de novos projetos de manejo e exploração de madeira, bem como na emissão das Autorizações para o Transporte de Produtos Florestais (ATPFs).

De acordo com informações de sindicatos de madeireiros da região Norte, a situação das empresas se agravou nos últimos dias com a redução dos estoques de matéria-prima para movimentar as indústrias. Estima-se que 90% das madeireiras estão aguardando aprovação de novos projetos para retomar as atividades.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras de Sorriso, Chicão Bedin, o estoque de madeira está acabando e muitas empresas terão que encerrar suas atividades neste final de ano, uma vez que o processo de liberação de novos projetos de manejo é lento. “A situação é crítica e tememos por um colapso total das indústrias madeireiras de Mato Grosso neste final de ano”, alerta.

Ao fazer um balanço do setor, em comemoração aos 30 anos da entidade, o presidente da Fiemt disse que a situação da indústria madeireira é mais grave do que muitos podem imaginar. A previsão, se confirmada, significa o fechamento de 1,26 mil empresas neste final de ano. Das 1,8 mil indústrias no Estado, apenas 540 estariam em condições de continuar trabalhando em 2006. As demais ficariam com suas atividades imobilizadas.

Outro dado que preocupa a Fiemt é com relação aos números do desemprego. A atividade madeireira empregava no ano passado cerca de 30 mil trabalhadores. Com a crise, apenas 900 madeireiras estão funcionando atualmente – a maioria com capacidade de produção reduzida – e o desemprego já atinge cerca de 20 mil pessoas. Pasini diz que esta é a pior crise do setor nos últimos anos.

O Sindicato das Indústrias Madeireiras da Região Norte do Estado (Sindusmad) fez um levantamento e descobriu que a situação mais crítica se concentra nos municípios de União do Sul, onde quase 90% das madeireiras estão completamente paradas. Marcelândia, Paranaíta, Vera, Cláudia, Feliz Natal, Guarantã do Norte e Apiacás também estão em situação idêntica. “Nessas regiões, a paralisação chega a mais de 70%. Muitas indústrias encerraram suas atividades e outras estão operando com menos de 50% da capacidade instalada”, diz o presidente do sindicato, Jaldes Langer.

REFLORESTAR É A SAÍDA - O presidente da Fiemt disse que uma das saídas para os empresários do setor madeireiro é investir em reflorestamento. “Precisamos incentivar a implantação de novos projetos florestais no Estado, pois a atividade é viável e gera muitos empregos”, sustenta.

Mato Grosso cultiva atualmente uma área de 80 mil hectares em projetos de reflorestamento, sendo a maior parte das plantações formada por eucalipto (cerca de 90%) e teca. A expectativa para os próximos cinco anos é de que o reflorestamento ocupe uma área de 500 mil hectares no Estado.





Fonte: Diário de Cuiabá

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