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Cidades/Geral
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 09:22
Por: Aline Chagas

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Representantes de aldeias xavantes de Paranatinga, a 411 quilômetros de Cuiabá, estiveram ontem à tarde na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para prestar solidariedade à administração regional do órgão contra as denuncias de falta de atendimento médico feitas pelo prefeito da cidade vizinha, Santo Antônio do Leste. Os índios alegaram que nunca ficaram sabendo de problemas no pólo de atendimento à saúde indígena de Campinápolis, no qual estão incluídos os dois municípios.

Na manhã de ontem, o prefeito Pedro Luiz Brunetta também esteve na sede do órgão em Cuiabá para conversar com o coordenador regional, Evandro Vitório. Na oportunidade, o coordenador apresentou uma prestação de contas de recursos federais no valor de R$ 92,4 mil encaminhados à prefeitura de Santo Antônio do Leste de janeiro a outubro de 2005 para aplicação em atendimento à saúde indígena.

“A prefeitura de Santo Antônio do Leste recebe cerca de R$ 175 mil do governo federal para o SUS. Desse valor, 53% são incentivos para atenção básica dos povos indígenas (os R$ 92,4 mil), que não foram utilizados até hoje”, afirmou o coordenador regional da Funasa, Evandro Vitório.

Há cerca de duas semanas, o prefeito Pedro Luiz Brunetta fez uma denúncia à Ouvidoria Geral do Estado sobre a falta de atendimento à saúde aos índios xavantes de Santo Antônio do Leste. O ouvidor geral, Gilson de Barros, encaminhou a denúncia à Comissão de Direitos Sociais da seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil, que por sua vez, solicitou ao Ministério Público Federal uma investigação sobre os acontecimentos na região. Entre os fatos denunciados estava a falta de medicamentos, falta de vacinas, a morte de quatro índios e a falta de atendimento a uma gestante.

Segundo o presidente do conselho de saúde indígena de Paranatinga, Paulo César Waiadzatsé, as aldeias xavantes da região nunca ficaram sem medicamento ou vacinas. Paulo disse que está revoltado com as denúncias porque, apesar de um pequeno atraso nos recursos, nunca tiveram problemas com a prefeitura local (de Paranatinga) ou Funasa.

O responsável pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da etnia xavante, Djalma Divino Alves de Oliveira, explicou que já foram realizadas três etapas de vacinação em todas as aldeias da etnia. A quarta será feita em dezembro. Djalma falou que houve duas mortes de crianças na região de Santo Antônio do Leste, e as duas por problemas respiratórios. “Nunca deixamos faltar medicamentos também. Na quinzena passada houve uma grande compra e antes que faltem os medicamentos, fazemos a reposição”, disse Djalma.





Fonte: Diário de Cuiabá

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