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Internacional
Terça - 22 de Novembro de 2005 às 22:55

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A deterioração da situação humanitária dos palestinos é uma realidade constante, segundo destacou a pesquisa publicada hoje pelo Instituto Universitário de Estudos do Desenvolvimento (IUED) de Genebra.

O mesmo estudo ressaltou que a pobreza é "maciça" e que o desemprego alcança o número recorde de 38% da população ativa palestina na Faixa de Gaza.

A pobreza atinge 64% da população dos territórios ocupados e afeta de forma mais grave um terço dos palestinos, que vive em circunstâncias extremas, disseram os especialistas do IUED.

O crescimento do desemprego se explicaria em parte pelo aumento da proporção de palestinos (26% em 2004 para 39% este ano) que não consegue ter acesso a terras.

"Gaza é uma prisão ao ar livre. O problema da circulação de bens e de pessoas não se resolveu. Nestas condições, o desenvolvimento econômico é muito difícil e a ajuda terá de aumentar", apontou o professor Riccardo Bocco na apresentação dos resultados.

Bocco considerou que "a comunidade internacional é refém da estagnação da situação política. A ajuda é o paliativo de uma política estrangeira digna desse nome".

Mais de 50% dos palestinos, 11 pontos percentuais a mais que em 2004, reconhece necessitar fortemente dessa ajuda.

A sondagem reflete também que a maioria prefere confiar sua segurança às Brigadas de Al Qassam e al-Aqsa e que recorre aos tribunais que aplicam a sharia (lei islâmica) ao vez da justiça oficial.

As Brigadas de al-Aqsa são consideradas parte das novas gerações do Fatah, e as brigadas Al-Qassam são o braço armado da organização radical Movimento de Resistência palestina Hamas.

"A Autoridade Palestina enfrenta uma crise de legitimidade", afirmou, por sua vez, Luigi De Martino, outro especialista do IUED.

A sondagem diz, no entanto, que o apoio a um acordo pacífico com Israel aumentou 15% entre os palestinos, o que indica que estes estão mais dispostos a agir em favor da paz que em estatísticas anteriores.

A enquete acrescenta que 35% estão dispostos a ceder entre 5% e 10% do território palestino, 12% estariam dispostos a renunciar a uma parte de Jerusalém, e 32% a fazer concessões sobre o direito de retorno dos refugiados.

Estes números se baseiam nas entrevistas feitas com 1.800 palestinos em julho. A pesquisa foi financiada principalmente através da Direção de Desenvolvimento e Cooperação da Suíça (DDC), com a colaboração de seis agências da ONU, incluindo a Agência para os Refugiados Palestinos (UNRWA).





Fonte: EFE

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