Deputados culpam Dilma por conflito; Wagner Ramos chora
A carta da pastora Irene, fazendo um apelo à Dilma, foi lida pelo deputado estadual Sebastião Rezende (PR). No texto, a autora pede a intervenção do Governo Federal para cessar a retirada das famílias antes do Natal.
Em seguida, Wagner Ramos utilizou a palavra para criticar o que classifica de “insensibilidade” de Dilma. Chorando, o republicano disse que a presidenta precisa se colocar no lugar das famílias que estão sendo despejadas. “Fiquei sabendo que parte das famílias está chegando em Cuiabá. Estão vindo para onde? Para a beira da estrada?”, questionou.
O presidente da Assembleia José Riva (PSD) também atacou a postura do Governo Federal, que não cessa a desintrusão da área. O parlamentar também lembrou que a ministra-chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) veio a Cuiabá tratar do assunto, mas não cedeu às reivindicações dos deputados estaduais. “Confesso que tenho vergonha de voltar ao local onde as famílias estão sendo despejadas. Tentamos encontrar uma solução para o problema. Aprovamos uma lei autorizando a permuta da área. O Governo Federal permanece irredutível”, lamentou.
O deputado estadual Antônio Azambuja (PP) disparou contra a Funai. Segundo o progressista, o órgão não passa de “cabide de empregos” usado por setores interessados em incitar os índios contra a ordem pública. “Somos tão brasileiros quanto os índios, mas nossos direitos não são respeitados. O Governo Federal só atende aos interesses dos indígenas atacou.
Decisão judicial
O jurista Eduardo Mahon explica que a presidenta Dilma não pode interferir na ordem jurídica, impedindo o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou a desintrusão da área. Entretanto, afirma que o Governo Federal pode mediar uma solução para reduzir os danos às famílias por meio da permuta das áreas, indenizações, financiamentos e assentamentos dos despejados.
Mahon também questiona alguns pontos que, na sua avaliação, precisam ser esclarecidos pelo Governo Federal. “Afinal de contas, quantos Xavantes ocuparão a área de 165 mil hectares? O que será feito com os investimentos públicos e particulares feitos nas terras que serão entregues aos índios? A sociedade cobra esclarecimentos”, concluiu.
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