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Internacional
Terça - 22 de Novembro de 2005 às 18:14

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O Governo de Damasco pediu hoje a elaboração de um "protocolo de colaboração" antes que a equipe investigadora da ONU sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, interrogue os envolvidos sírios no caso.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, a Síria reitera sua vontade de cooperar com a investigação internacional do crime, mas solicita alguns esclarecimentos antes que o promotor alemão Detlev Mehlis interrogue os seis altos funcionários do regime de Damasco supostamente envolvidos no crime.

"O ministro de Exteriores, Farouk Al Chara, envio nesta segunda-feira duas cartas ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e ao presidente do Conselho de Segurança (Andrey Denisov), nas quais reitera o desejo da Síria de continuar cooperando com a investigação internacional", diz o texto.

Damasco, acrescenta o comunicado, deseja colaborar com a investigação, "apesar dos fatos não provados incorporados ao relatório (de Mehlis) e das presunções nas quais se baseia".

A nota oficial diz ainda que o ministro de Exteriores da Síria, Faruk Al Chara, ressalta a crença do país de que a resolução 1.636 do Conselho de Segurança deve ser esclarecida e aplicada sob a luz dos princípios da legalidade internacional.

"Por isso, o trabalho do comitê de investigação internacional deve ser dotado dos critérios de justiça apropriados e em linha com o tratado de extradição sírio-libanês de 1951", ressalta o comunicado.

Já as cartas enviadas pelo Governo de Damasco, segundo o texto, indicaram que, "apesar de ter sido criado um comitê judicial especial para ajudar nas tarefas do comitê investigador, a Síria continua esperando uma resposta dos investigadores aos documentos enviados".

Chara, acrescenta a nota, quer evitar que a Síria seja acusada de não colaborar, mas considera necessária a definição das bases e dos critérios em um "protocolo de cooperação entre a Síria e o comitê investigador".

Neste protocolo, deveria levar-se em conta a soberania nacional do país e os direitos dos cidadãos sírios que o comitê investigador deseja investigar, diz o comunicado.

A Síria rejeita que seus altos funcionários acusados de envolvimento no assassinato do ex-primeiro-ministro libanês sejam interrogados no hotel Monteverde, próximo de Beirute, que serve de sede para o comitê investigador da ONU dirigido por Mehlis.

Em declaração ao jornal As Safir, o presidente sírio, Bachar al Assad, disse que interrogar oficiais sírios em Monteverde equivaleria a "humilhar" seu país.





Fonte: EFE

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