Schröder renuncia a sua cadeira de deputado na Alemanha

Berlim 21 nov (EFE).- O chanceler da Alemanha, Gerhard Schröder, informou hoje que renunciará a sua cadeira de deputado no Bundestag (Câmara Baixa do Governo alemão), o que significa que ele está abandonando a política ativa.

O social-democrata Schröder deixará a cadeira que conseguiu nas eleições do último dia 18 de setembro depois de votar amanhã em Angela Merkel como chanceler.

O chefe de Governo já tinha dado a entender que pensava em se retirar quase totalmente da política para voltar a sua profissão de advogado.

Ao receber um prêmio dado pela imprensa estrangeira credenciada na Alemanha no mês passado, Schröder disse que, no futuro, não daria mais seus conselhos gratuitamente - como fez enquanto se dedicou à política -, mas cobraria por isso.

No entanto, ele se mantém à disposição do Partido Social-Democrata (SPD) e da nova coalizão de Governo formada por sua legenda com a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel para qualquer ajuda necessária, segundo declarou várias vezes.

A própria Merkel, que Schröder atacou duramente logo depois das eleições - quando ainda disputava a Chancelaria porque os dois partidos tinham conseguido uma votação muito parecida no pleito -, ofereceu apoio a sua suposta sucessora, que disse estar contente por poder contar com ele.

Amanhã, o chanceler, segundo seu grupo parlamentar, participará da sessão do Bundestag, Câmara na qual será votada a nova chanceler e na qual tanto ela quanto seus ministros assumirão seus novos cargos.

Schröder votará em Merkel às 14h (11h de Brasília), e três horas depois entregará a Chancelaria a ela. No dia seguinte, devolverá sua cadeira e se transformará, como ele diz, em um homem livre.

O antecessor de Schröder, Helmut Kohl, ficou no Bundestag quando perdeu as eleições, mas se transformou rapidamente em uma espécie de "estátua", sobretudo quando o escândalo das contas secretas o fez cair em desgraça no país e em seu próprio partido.

O ministro de Assuntos Exteriores do Governo de Schröder, Joschka Fischer, disse depois que Kohl não deveria ter voltado ao Bundestag após ter perdido o Governo. E Schröder parece ter seguido o conselho de seu parceiro.

Schröder foi deputado do Bundestag entre 1980 e 1986 - antes de ser chefe do Governo regional da Baixa-Saxônia (de 1990 a 1998) - e de 1998 até agora. EFE cd rgf/ta