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Internacional
Segunda - 21 de Novembro de 2005 às 16:14

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Jerusalém - Uma pesquisa de opinião pública divulgada hoje mostra uma aliança envolvendo o atual primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, a oposição trabalhista e a esquerda poderá dominar amplamente o Parlamento após as próximas eleições.

Sharon anunciou hoje que abandonará o Partido Likud, com o qual governa o país desde 2003, e formará uma nova agremiação, mais moderada, com o nome provisório de "Responsabilidade Nacional". Ele também pediu a dissolução do Parlamento.

O presidente em exercício do Likud, Tzahi Hanegbi, anunciou que seu partido, a principal força da direita israelense, elegerá um novo líder o mais cedo possível. O principal nome em jogo é o ex-premier Benjamin Netanyahu, que por várias vezes desafiou a liderança de Sharon e se opôs com veemência à retirada de Israel da Faixa de Gaza.

As eleições parlamentares de Israel já teriam de ser antecipadas, depois que o Partido Trabalhista decidiu abandonar o governo, no final de semana. É cada vez mais provável que o pleito seja realizado em março, mas a data exata ainda não está definida. Sharon já pediu ao presidente Moshe Katsav para dissolver o Parlamento. Katsav tem 21 dias para responder, e se aceitar, a eleição deve ocorrer após 90 dias. O presidente prometeu uma decisão "rápida". Tanto Sharon quanto o líder trabalhista Amir Peretz já declararam preferência por um pleito em março.

A decisão de Sharon de abandonar o Likud prepara o terreno para uma eleição turbulenta, que colocaria um Likud menor e mais radical em confronto com Sharon e Peretz. Sharon e Netanyahu são inimigos políticos. Peretz deu uma nova injeção de ânimo no Partido Trabalhista, com seu apelo por apoio aos trabalhadores e aos judeus com raízes no Oriente Médio, grupos nos quais o trabalhismo não atraía eleitores.

Considera-se improvável que o novo partido de Sharon busque aliança com o Likud, já que a linha-dura dentro da agremiação vinha sabotando várias iniciativas do primeiro-ministro, como a retirada de Gaza.

O negociador palestino Saeb Erekat comparou a situação política em Israel com um vulcão. "Nunca vi algo tão importante", disse ele. "Espero que, quando a poeira baixar, tenhamos um parceiro em Israel para pôr fim ao jogo, rumo ao fim do conflito, rumo a um acordo final".





Fonte: AP

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