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Polícia Brasil
Segunda - 21 de Novembro de 2005 às 16:10
Por: Carmen Pompeu

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Fortaleza - Um bando composto por cerca de dez homens seqüestrou a mulher de um dos presos acusados de participação no furto milionário ao Banco Central (BC), em Fortaleza. Marli, mulher do ex-vigilante Deusimar Neves Queiroz, que está recolhido na carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Fortaleza, foi levada pelos bandidos na sexta-feira e só foi localizada nesta segunda-feira na casa de familiares, em Irauçuba, a 148 quilômetros da capital cearense. Os seqüestradores da mulher fugiram com parte do dinheiro furtado do BC.

Marli estava em casa, no bairro Olavo Oliveira, periferia de Fortaleza, quando o grupo que se identificou como policiais federais armados de pistolas e fuzis a rendeu juntamente com os filhos. Ameaçaram matar os filhos do casal se ela não revelasse onde estaria o dinheiro do ladrão do BC. De acordo com a polícia cearense, a mulher do ex-vigilante foi levada pelo grupo, na sexta-feira, até a cidade de Irauçuba.

Na cidade, Marli foi vista descendo, algemada, em frente a uma casa de uma ex-cunhada, localizada no Centro. Ela mostrou um buraco feito em um terreno localizado ao lado do imóvel, que pertence a Olgarina Fernandes da Cunha. De acordo com depoimentos de vizinhos, os homens se identificaram como policiais.

Do buraco foram retirados canos de PVC lacrados. Dentro deles havia parte do dinheiro furtado do BC. A polícia ainda não sabe a quantia exata. Acredita-se que Deusimar tenha ficado com algo entre R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Os canos foram queimados e o bando fugiu em três carros, um Gol vermelho de placas LVX-6803, uma Parati prata de placas HVC-7839 e um Gol preto placas KEP-0644. Todas as placas, segundo a polícia cearense, são frias.

O delegado federal Antônio Celso dos Santos, que acompanha o caso, não descarta a possibilidade de que o grupo que seqüestrou Marli também tenha feito parte da quadrilha que roubou o BC. A PF acredita que a quadrilha tenha iniciado uma guerra interna e seus integrantes estariam roubando o dinheiro uns dos outros.

O ex-vigilante foi preso no dia 6 de outubro com R$ 240 mil depois de ter sido denunciado por uma cunhada à Polícia Civil. Ele é acusado de ter fornecido informações à quadrilha sobre a parte interna do cofre do BC de onde foram levados R$ 164,7 milhões entre os dias cinco e seis de agosto deste ano. Segundo depoimentos colhidos pela Polícia Federal dos cinco presos, em setembro, com R$ 12 milhões numa casa no Mondubim, em Fortaleza, cerca de 12 homens participaram da escavação do túnel por onde foi levado o dinheiro do BC.

O dinheiro teria sido colocado em sacos de nylon. Cada um dos 12 "tatus" - como a polícia chama os escavadores - teria ficado com algo entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. O restante do dinheiro teria ficado com os líderes da quadrilha. Cada saca caberia cerca de R$ 500 mil.

Até agora, treze pessoas foram denunciadas de participação no furto milionário. Três das quais foram colocadas em liberdade. Entre elas, os irmãos Dermival e José Elizomarte Fernandes Vieira, donos da Brilhe Car, revendedora de veículos onde parte da quadrilha comprou onze carros. Os dois foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro.

A PF procura ainda pelos seguintes suspeitos: Paulo Sérgio de Souza, nome falso utilizado pelo homem no qual estava registrada a empresa de fachada "P.S. Grama Sintética", na Rua 25 de Março, de onde partiu o túnel; Edgar Resende, o "Dênis", que seria o homem-ligação com o chefe da quadrilha paulista que planejou a invasão ao BC em Fortaleza; Antônio Jussivan Alves dos Santos, o "Alemão", um dos líderes e mentor da ação; Marcos Rogério Machado de Moraes, conhecido por "Rogério Bocão"; e Antônio Artênio da Cruz, o "Bode".

Do dinheiro furtado, apenas R$ 17,7 milhões foram recuperados pela polícia. Ainda falta recuperar R$ 146,9 milhões. No dia sete de outubro, um grupo que também se identificou como policiais federais seqüestrou o traficante Luiz Fernando Ribeiro, o Fê, apontado pela polícia como um dos financiadores do furto milionário.

Fê foi levado quando saía de uma boate em São Paulo. A família dele chegou a pagar R$ 2,1 milhões aos seqüestradores para que o traficante fosse liberado. Mesmo assim, acabou sendo morto, O corpo dele foi encontrado dois dias depois na cidade de Camanducaia, em Minas Gerais. A polícia paulista prendeu o agente da Polícia Civil Sérgio Antônio dos Santos e o escrivão Renato Cristóvão. Eles são acusados pelo seqüestro de Fê.





Fonte: Agência Estado

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