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Internacional
Segunda - 21 de Novembro de 2005 às 11:14
Por: Kamil Zaheer

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Quase 5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV em 2005, o maior número desde o primeiro caso detectado da doença em 1981, disse a ONU na segunda-feira. Há agora 40,3 milhões de pessoas vivendo com o vírus.

A maior parte dos 4,9 milhões de novos casos se deve à expansão da epidemia na África subsaariana, na ex-União Soviética e no Leste Europeu, segundo o relatório anual da Unaids.

"Apesar dos progressos feitos em um número pequeno, porém crescente, de países, a epidemia de Aids continua a superar os esforços globais para contê-la", disse o relatório do órgão das Nações Unidas para HIV/Aids.

Mais de 3,1 milhões de pessoas morreram de Aids neste ano, inclusive 570 mil crianças — muito mais do que o total de vítimas fatais deixadas por desastres naturais desde o tsunami de dezembro na Ásia.

A África do Sul — o país mais afetado, com mais de 5 milhões de casos — e seus vizinhos continuam sendo os lugares que mais sofrem com a epidemia.

Em 2005, segundo o relatório, o índice de infecção entre as grávidas chegou a 29,5 por cento, e as mortes de pessoas com idades de 25 a 44 anos mais do que dobraram.

Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia também têm altas taxas de infecção entre grávidas — mais de 30 por cento -, porém dão sinais de que as taxas de crescimento estão se estabilizando.

Cerca de 25,8 milhões de soropositivos, ou 64 por cento do total mundial, vivem na África subsaariana.

A Unaids disse que o número de mulheres soropositivas atingiu 17,5 milhões neste ano, mais de 1 milhão a mais do que em 2003.

"Em muitos países, o casamento e a própria fidelidade das mulheres não bastam para protegê-las", disse o relatório, acrescentando que na Índia — com 5,1 milhões de soropositivos — muitas mulheres estão sendo contaminadas por maridos que mantiveram relações com prostitutas.

No Leste Europeu, na Ásia Central e na Rússia, as infecções estão crescendo devido ao sexo desprotegido, depois de um impulso inicial dado pelo uso de drogas injetáveis.

O relatório diz que 1,6 milhão de pessoas vivem com o HIV em 2005 na região, um aumento de 300 mil em relação a 2003. Nesse período, o número de mortes saltou de 36 mil para 62 mil.

Mas a perspectiva de acesso a medicamentos antiretrovirais para as populações de países pobres parece melhorar.

"Por causa da recente ampliação do tratamento desde o final de 2003, entre 250 mil e 350 mil mortes foram evitadas em 2005", diz o relatório, acrescentando que em países como Brasil, Argentina, Cuba e Chile a cobertura do tratamento supera 80 por cento.

Mas o texto acrescenta que muitos soropositivos estão de fora. Apenas um em cada dez africanos e um em cada sete asiáticos que precisam de antiretrovirais de fato os recebem.

Países do leste da África, como Uganda e, em menor medida o Quênia, tiveram algum sucesso no combate à Aids entre grávidas. A Unaids credita a redução das taxas a mudanças no comportamento sexual.

Mas, na Ásia, o aumento de 1,2 milhão desde 2003 eleva o total de caos a 8,3 milhões. Vietnã e Paquistão são países em que há condições para uma rápida expansão da epidemia.

Duas décadas depois do começo da epidemia, o relatório diz que em muitas partes do mundo, inclusive no sul da África, o grau de informação sobre a transmissão do HIV continua sendo assustadoramente baixo.





Fonte: Reuters

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