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Segunda - 21 de Novembro de 2005 às 08:27
Por: Edivaldo de Sá

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Quem pensa que o jogo do bicho deixou de operar em Mato Grosso está enganado, a contravenção continua agindo tranqüilamente sob a “vigilância” das Policias Civil e Militar, que não conseguem identificar os pontos de coleta das apostas feitas por cambistas nas ruas das cidades.

No Médio-Norte eles continuam promovendo duas apostas por dia, porém, os cambistas agem com discrição e abordam apenas os fieis apostadores, que continuam financiando indiretamente a criminalidade no estado e mantendo o que deveria ser o principal negócio do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que se encontra preso no Uruguai.

No Brasil, principalmente em Mato Grosso, seu retorno é aguardado com sentimentos de medo e preocupação, porque ainda não se pode prever o que representaria a volta pra casa do comendador, pra muita gente.

A reportagem especial do Reporternews, conseguiu fazer uma aposta no dia 26 do mês passado (ver quadro), após identificar três cambistas, que pediram para não terem suas identidades reveladas, com receio de que fossem presos. Dias depois dois homens, um deles armado e ainda não identificado procuraram pela reportagem, fazendo ameaças, porém, não o encontraram. Sérgio Medeiros, Delegado da Policia Civil de Nortelândia, foi informado da tentativa de intimidação feita a reportagem.

Mesmo diante das ameaças, percorremos vários municípios do Médio-Norte, como Alto Paraguai, Diamantino, Arenápolis, Nortelândia, Santo Afonso, Nova Marilândia, Denise, Barra do Bugres e Tangará da Serra se constatou que em todos eles o jogo do bicho continua

Procurado pela reportagem, o Delegado da Policia Civil de Nortelândia, Sérgio Medeiros, informou que seus policiais já tentaram armar um flagrante para prender os envolvidos, mas não teve êxito. Segundo o delegado, eles estariam agindo com muita cautela para não serem pegos pela policia. O único flagrante que Sérgio Medeiros conseguiu foi no ano passado, que acabou com a prisão de alguns envolvidos que foram soltos em seguida, Parte do material continha o nome “Colibri”. Eram blocos de apostas, manuais de jogo do bicho, cartelas e carimbos com a marca característica da atividade.

Ao contrário do material aprendido, o novo boleto em que foi feita a aposta no mês passado, não possui nenhuma marca que possa identificar a responsabilidade de quem ainda controla a jogatina.

A reportagem descobriu ainda que policiais, em alguns municípios, estariam recebendo propina para fazer vistas grossas a atuação do jogo do bicho.

Pode se constatar que o aparato policial no estado não consegue ou não quer coibir a continuidade da atividade que financiou diversas ações do crime organizado em MT, campanhas políticas e muitas outras atividades.

No inicio deste ano, a Policia Civil de Tangará da Serra, prendeu em flagrante, Roselane Gonçalves Oliveira, Pedro Pereira Marcelo e Antônio José Rodrigues, em uma kitinete de um bairro afastado do centro de Tangará, com documentos que mostravam que o jogo do bicho ainda estava sob o controle da Colibri, marca de João Arcanjo Ribeiro. Eles foram indiciados por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e atividade de jogo do bicho.

No local, usado como escritório central do esquema, foram também encontrados documentos que mostram que o jogo do bicho estava funcionando normalmente em 11 municípios das regiões norte e médio-norte de Mato Grosso. O local servia como um escritório e se comunicava com outras cidades. Junto com eles, a polícia encontrou material suficiente para comprovar a plena organização e funcionamento de um esquema desarticulado após a operação Arca de Noé, em dezembro de 2002. Cadernetas, blocos de apostas, manuais de jogo do bicho, cartelas e carimbos com a marca Colibri de municípios como Diamantino, Nortelândia, Comodoro, Sinop, Cláudia, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Campo Novo dos Parecis, Aripuanã e Arenápolis, foram encontrados a época.

Tô fora – Um policial que pediu para não ser identificado confirmou que o jogo continua funcionando normalmente na região, sabe quem são os cambistas e os responsáveis pela coleta das apostas, mas que não age para cumprir a lei, porque segundo ele não adianta “É malhar no ferro frio” afirma o policial. “A gente sabe quem são, mas não adianta, a gente prende e logo eles estão soltos de novo, é melhor deixar pra lá, os cambistas são pessoas que precisam desse dinheiro pra viver, além do mais esse povo é barra pesada, mataram, o Sávio Brandão, podem muito bem me matar também” concluiu.





Fonte: Reporternews

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