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Segunda - 21 de Novembro de 2005 às 07:28
Por: Joanice de Deus

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Estima-se que 23% da população economicamente ativa sofre de assédio moral. As maiores vítimas (61%) são as mulheres e o problema ocorre em todos os setores, principalmente saúde, educação, bancário e comunicação. Como identificar, combater e a necessidade dos trabalhadores denunciarem o assédio moral foram temas abordados pela médica do trabalho e doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Margarida Barreto, a maior autoridade brasileira no assunto.

Margarida Barreto participou ontem em Cuiabá do seminário “Assédio Moral no Trabalho”, realizado pelo Sindicato dos Bancários no Estado de Mato Grosso. “O assédio moral são condutas abusivas e desumanas, que têm como características condutas repetitivas, desqualificadoras, desmoralizadoras e injúrias em relação ao subordinado”, comentou a especialista.

Conforme Margarida Barreto, o assédio moral atinge desde trabalhadores da área de produção a executivos. Oitenta porcento ocorre do chefe para o subordinado, ou seja, o chamado assédio moral vertical ou descendente. O problema ocorre ainda entre colegas (assédio horizontal), trabalhadores que se juntam ao chefe para humilhar um colega (misto). E o menos comum, representando apenas 0,2%, o assédio moral ascendente. Neste último caso, os trabalhadores se unem contra o chefe.

Um dos primeiros passos para combater o assédio moral é não considerar normal situações humilhantes e constrangedoras. Uma dica de Margarida Barreto é fazer diários (relatórios) retratando os fatos, guardar e-mails comprometedores, relatar tais atitudes aos colegas, gravar e registrar boletim de ocorrência na polícia. As ações na Justiça também têm aumentado e com ganhos para os trabalhadores.

A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida dos trabalhadores, compromete sua produção, suas relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à sua saúde física e mental. Há casos, inclusive, de tentativas e de suicídio. Segundo Margarida Barreto, no ano passado, em São Paulo, ocorreram dois casos de suicídios envolvendo mulheres do setor bancário e que trabalhavam em ambientes de pressão.





Fonte: Diário de Cuiabá

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