Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 20 de Novembro de 2005 às 18:04

    Imprimir


O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, que não decidiu ainda se formará um novo partido para as próximas eleições legislativas em Israel, realizou hoje sua última reunião de Governo com seus parceiros trabalhistas, cujo Comitê Central decidirá hoje à noite o rompimento da coalizão governista.

Representantes do partido Likud e do Partido Trabalhista, as principais legendas na atual décima sexta legislatura, decidiram realizar as próximas eleições parlamentares em 28 de março.

Nessa manhã, o rumo a ser tomado por Sharon ainda era incerto, mas em seu partido, o Likud, pairava a impressão de uma ruptura, o que levou a uma incipiente corrida de personalidades interessadas em substituir o primeiro-ministro caso esse decida se afastar de seus correligionários.

Entre os candidatos para presidir o Likud que devem participar das próximas eleições internas em janeiro, até o momento são os principais rivais de Sharon, o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e o deputado Uzi Landau. No entanto, hoje, o ministro da Agricultura, Yisrael Katz também se apresentou como provável candidato.

Outros possíveis aspirantes à liderança do Likud eram o ministro da Defesa, Shaul Mofaz; o de Assuntos Exteriores, Silvan Shalom, e a ministra da Educação, Cultura e Esportes, Limor Livnat.

Outra incógnita é o destino de seu aliado nos últimos onze meses, Shimon Peres, que perdeu inesperadamente a Presidência do Partido Trabalhista nas eleições internas da semana passada e foi sucedido pelo combativo secretário da Confederação de Trabalhadores (Histadrut), Amir Peretz, de 53 anos.

Peretz, que já tem as cartas de renúncia de ministros e vice-ministros de seu partido, presidirá nessa noite a reunião no Comitê Central, que decidirá a data de apresentação antes que o Parlamento (Knesset) vote na próxima quarta-feira, um projeto de lei em favor de sua dissolução para antecipar as eleições.

Peretz "mexeu no vespeiro" político ao anunciar o abandono do Partido Trabalhista da coalizão e exigir uma antecipação das eleições legislativas, ao que se opunha o primeiro-ministro, que classificou o trabalhista como "irresponsável".

Na quinta-feira passada, Sharon e Peretz decidiram antecipar as eleições parlamentares, previstas para novembro de 2006, para uma data entre fevereiro e março.

O novo chefe trabalhista -que se associou com o Partido a pedido de Peres quando presidia o desaparecido "Um Israel", com apenas duas cadeiras na Knesset, anunciou a retirada do Governo de Sharon por discordar com sua política econômica de tendência neoliberal, e a fim de acelerar as negociações de paz com os palestinos.

Sharon, a julgar pelas últimas pesquisas, venceria nas eleições internas do Likud se decidisse seguir à frente do bloco, mas teme que Netanyahu e outros adversários que rejeitaram a retirada do território palestino ocupado na Faixa de Gaza continuem tornando "sua vida impossível" mesmo que vença as eleições gerais.

Se optar pela formação de um novo Partido, o que lhe exigiria tempo e fundos para financiar sua campanha eleitoral sem a ajuda da maquinaria do Likud, o popular Sharon ainda teria Peretz como rival nas eleições parlamentares.

Alguns observadores não descartam uma futura aliança entre Sharon e Peretz, a participação de Shimon Peres, para impulsionar o processo de paz e programas de assistência às classes humildes prejudicadas pela política neoliberal do Governo, promovida por Netanyahu, seu ex-ministro das Finanças.

Caso Sharon abandone seu partido, o Likud que conta com 40 das 120 cadeiras da Knesset terá esse número reduzido. Os analistas supõem que seu futuro líder se aliaria com os partidos nacionalistas da direita atualmente na oposição, que consideram "perigosos" os planos de paz de Sharon, Peretz e Peres.

Analistas da imprensa local diziam hoje que "pela primeira vez em anos saberemos aqui quem é de esquerda (o setor pacifista do movimento sionista) e quem de direita" (os ultranacionalistas).

De fato, não há grandes diferença entre Sharon, acusado por seus adversários do Likud de "se desviar" e "virar à esquerda", e os dirigentes trabalhistas para retomar as negociações de paz com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/334848/visualizar/