Partido Socialista francês obtém consenso sobre projeto político

O Partido Socialista (PS) francês conclui hoje seu 74º Congresso em Le Mans, oeste do país, após conseguir nesta madrugada um acordo entre suas três correntes principais sobre a linha política diante das eleições presidenciais e legislativas de 2007.

O acordo sobre a "síntese" da moção da maioria, liderada por François Hollande, e as das duas correntes minoritárias a favor de um giro à esquerda lideradas pelo ex-número dois do PS Laurent Fabius e o Novo Partido Socialista (NPS), foi alcançado após mais de um ano de divisões.

"Encontramos uma dinâmica nova, é um êxito coletivo", disse Hollande, líder da principal formação política da oposição na França.

Hollande ressaltou que os socialistas tiveram "um espírito de responsabilidade" e olharam "para os franceses".

Perguntado sobre se acha que este acordo permitirá ao partido readquirir a confiança, Fabius disse que "é a aposta que fiz".

Fabius foi excluído da direção do PS em junho passado, porque pedira o "não" à Constituição européia no plebiscito de maio passado, da mesma forma que o NPS de Vincent Peillon e Arnaud Montebourg, e o deputado Henri Emmanuelli, que tinha se unido ao NPS em uma moção pela renovação esquerdista para o Congresso.

Por outro lado, a direção liderada por Hollande tinha pedido o "sim" à Constituição, pelo qual tinha se pronunciado a maioria dos militantes em uma consulta interna.

Mas a maioria do eleitorado do PS, da mesma forma que os franceses, rejeitou a Constituição européia no plebiscito.

A síntese conseguida após horas de negociações na chamada comissão de resoluções em Le Mans não satisfaz um dos dois co-fundadores do NPS, porque não retoma sua exigência de uma reforma das instituições francesas para diminuir os poderes do chefe de Estado em sua almejada VI República.

No entanto, "por lealdade ao nosso partido, optamos por permitir que se faça a síntese", mas "a luta" deve continuar para que "o PS mude e faça sua revolução interna", disse Montebourg.