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Internacional
Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 22:50
Por: Luke Baker

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Carros-bomba mataram quase 50 pessoas no Iraque no sábado, um dia depois da morte de mais de 80 pessoas em ataques suicidas em todo o país. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que não vai abrandar a sua guerra contra o terror.

No ataque com maior número de vítimas no sábado, um suicida fez explodir o carro-bomba dirigido por ele perto de uma barraca onde eram recebidos os pêsames no enterro de um xeque xiita numa pequena cidade ao norte de Bagdá.

O coronel da polícia Muthaffar Aboud disse que 35 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nesse ataque, em Abu Sayda, que fica perto de Baquba, uma cidade violenta localizada cerca de 65 quilômetros a nordeste de Bagdá. Os feridos foram levados para pelo menos dois hospitais em Baquba.

Os iraquianos têm a tradição de montar tendas para receber os pêsames em funerais. O fato de que o morto era um conhecido líder local sugere que havia muitas pessoas na tenda.

Antes desse ataque, a explosão de outro carro-bomba teve como alvo um mercado movimentado na área da ponte Diyala, ao sul de Bagdá, matando 13 pessoas e ferindo cerca de 20, segundo o Ministério do Interior.

No sábado, Ibrahim Ahmed, integrante do governo local de Khanaqin, cidade onde mesquitas foram alvos de ataques, descartou os relatos de que várias pessoas ligadas às explosões foram presas, afirmando que até então nenhuma prisão relacionada com o caso havia sido feita.

As explosões de Khanaqin se seguiram a dois ataques de suicidas com carros-bomba num hotel de Bagdá usado por jornalistas e prestadores de serviços. No total, a violência de sexta-feira matou 83 pessoas e feriu mais de 100. Foi um dos dias mais sangrentos dos últimos meses no Iraque.

No Cairo, dezenas de líderes de várias facções políticas e sectárias do Iraque se reuniram para discutir a insurgência no país e como enfrentá-la, em conversações patrocinadas pela Liga Árabe.

É a reunião de mais alto nível entre líderes do governo e figuras da oposição do Iraque já realizada.

Falando a soldados norte-americanos em Osan, Coréia do Sul, em sua viagem pela Ásia, Bush defendeu a guerra do Iraque. Afirmou que os soldados dos EUA permanecerão naquele país até a vitória, rejeitando assim a pressão por um cronograma para a retirada dos 135.000 soldados norte-americanos no Iraque.

Bush citou um comandante norte-americano no Iraque, segundo quem um prazo para a retirada dos soldados equivaleria a "uma receita para o desastre" e disse que, enquanto ele for presidente, "a nossa estratégia no Iraque será conduzida pelo julgamento sóbrio dos nossos comandantes militares".

"Combateremos os terroristas no Iraque, ficaremos na luta até conseguirmos a vitória pela qual os nossos bravos soldados combateram", afirmou Bush.

Às vésperas da eleição de dezembro no Iraque, Bush disse que há motivos para otimismo. Nos dois anos e meio desde a deposição de Saddam Hussein, afirmou, os iraquianos elegeram um governo transitório, ratificaram uma Constituição e estão prontos para votar num governo permanente.

"O Iraque está fazendo um progresso impressionante em relação a quando estava sob o poder de um ditador brutal", afirmou.

Essa posição contrasta fortemente com a de muitos iraquianos, que se sentem frustrados com a falta de progresso desde a queda de Saddam. Para eles, o desemprego continua alto, a reconstrução é insuficiente, a corrupção cresce e a falta de segurança é generalizada.





Fonte: Reuters

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