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Internacional
Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 21:10
Por: Magdalena Morales

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Milhares de seguidores do presidente venezuelano Hugo Chávez participaram neste sábado de uma passeata em apoio à política exterior do país contra Washington e na disputa com o México, que levou os dois países a retirarem seus embaixadores.

A maioria dos participantes da marcha usava camisas e gorros vermelhos, símbolo da revolução que Chávez diz liderar na Venezuela desde 1999 contra o imperialismo norte-americano e a favor da soberania e unidade da América Latina.

"Estamos aqui apoiando a atitude valorosa do presidente Hugo Chávez", disse a jornalistas um partidário de Chávez, militar reformado e de idéias esquerdistas, que na recente Cúpula das Américas, realizada em Mar de Plata, manifestou graves divergências com as posições do presidente mexicano, Vicente Fox, sobre livre comércio.

A marcha foi convocada para apoiar o presidente no impasse diplomático com Fox. O presidente mexicano defendeu na cúpula o reinício das negociações sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), iniciativa dos EUA criticada pela Venezuela.

Alguns manifestantes usavam o sombreiro mexicano e levavam bandeiras daquele país, num sinal de unidade. O início da passeata, no Parque do Leste, em Caracas, foi anunciada com música mexicana.

Outros manifestantes levavam a bandeira da Venezuela, cartazes e camisetas com a imagem do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara.

Durante uma discussão, Chávez chamou Fox de "cachorrinho do império" americano e, na segunda-feira, os dois países chamaram seus embaixadores.

Chávez é um crítico duro de Washington e acusa o governo norte-americano de haver apoiado o breve golpe contra ele, em 2002, promove o que afirma ser uma revolução socialista como contrapeso à influência dos Estados Unidos na América Latina .

"Viva o México de Viva Zapata, Viva Villa", disse o prefeito de Caracas, Juan Barreto. "Não o México dos que pensam em inglês nos problemas da América Latina e o fazem a partir das multinacionais", acrescentou, numa crítica a Fox, apesar de não citar o nome do presidente mexicano.

"Lembremo-nos de que Fox foi presidente para América Latina de uma empresa como a Coca Cola. Creio que ele, Fox, continua pensando negro como a Coca-Coca", afirmou Barreto a jornalista da imprensa estatal venezuelana.

Chávez defende a chamada Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) em contraposição à Alca. A Alba, a que apenas o governo comunista de Cuba aderiu, inclui um acordo regional sobre energia, recurso abundante na Venezuela —quinto exportador mundial de petróleo e um dos principais fornecedores do produto ao mercado dos Estados Unidos.





Fonte: Reuters

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