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Internacional
Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 18:14

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Bento XVI afirmou hoje que a dignidade do homem "não se identifica com os genes de seu DNA" nem diminui pela presença de diferenças físicas ou defeitos genéticos, e insistiu que essa dignidade "está presente desde o momento da fecundação".

O Pontífice fez estas reflexões ao receber os participantes de uma conferência sobre o genoma humano organizada pelo Vaticano, à qual durante três dias assistiram 700 participantes de 81 países com o objetivo de criar um "diálogo interdisciplinar" sobre a questão.

O papa ressaltou que os novos avanços da ciência médica oferecem à Igreja a possibilidade de desenvolver "uma preciosa obra de iluminação das consciências" para fazer com que cada descobrimento científico "possa servir ao bem integral da pessoa, em constante respeito a sua dignidade".

Ele reconheceu que o processo de secularização do mundo atual reivindicou "uma justa autonomia da ciência", mas advertiu que "freqüentemente chegou a descuidar a proteção da dignidade transcendental do homem e o respeito de sua própria vida".

Em uma crítica ao aborto, o Pontífice afirmou que "a análise serena dos dados científicos leva a reconhecer a presença dessa dignidade em cada fase da vida humana, começando desde o momento da fecundação".

Por outra parte, insistiu na necessidade de existir "uma formação adequada das consciências" dos cidadãos em questões científicas, dado que cada vez mais freqüentemente são chamados a expressar suas opiniões sobre problemas complexos deste âmbito.

"Se falta uma instrução adequada, uma formação adequada das consciências, podem prevalecer facilmente falsos valores ou informações desviadas na orientação da opinião pública", disse.

No último dia do encontro de especialistas encerrado hoje na Santa Sé, que manteve a maioria das sessões a portas fechadas, foram expostas as oportunidades que representam novos avanços como o "screening" genético, que permite o diagnóstico pré-natal de doenças.

Maurizio Faggioni, consultor da Congregação da Doutrina da Fé e professor de Bioética na Universidade Lateranense, ressaltou hoje que no caso do diagnóstico pré-natal só se deverá recorrer a técnicas invasivas" (com risco para o bebê) aso que risco do aborto espontâneo se equilibre com os benefícios que possam trazer.

Ele pontuou, no entanto, que "se opõe à lei moral" recorrer a este tipo de técnicas se já desde um princípio se contempla a possibilidade de praticar um aborto em função dos resultados obtidos.

Bento XVI indicou que as reflexões e sugestões saídas da conferência sobre o genoma "serão objeto de atenta avaliação por parte das instâncias eclesiásticas competentes".





Fonte: EFE

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