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Internacional
Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 15:50

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O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, inaugurou hoje perto do Mar Negro a primeira base militar que cumpre os padrões da Otan, aliança a que Tbilisi pretende entrar em 2009.

"É um dia histórico para a Geórgia. Esta é a primeira base militar georgiana na parte ocidental do país", afirmou Saakashvili na cidade de Senaki, sede da nova base.

As novas instalações militares estão a 60 quilômetros da fronteira com a Abkhazia, a autoproclamada república independente, que rompeu laços com Tbilisi em 1993 após uma guerra civil em que contou com a ajuda militar da Rússia.

O chefe do comitê de Defesa e Segurança Nacional do Parlamento georgiano, Guiorgui Targamadze, disse à EFE que "esta base não foi criada para invadir a Abkhazia, mas para responder adequadamente às provocações de seu Exército".

"Após a abertura desta base, o equilíbrio militar na região muda a nosso favor, o que representa para nós um argumento de peso", acrescentou.

Após vários meses, a Rússia começou a evacuar no final de julho as bases militares de Batumi (Abzharia), às margens do mar Negro, e de Aljalkalaki, na fronteira com a Turquia, retirada que terminará antes de 2008.

Nestas duas bases militares, a Rússia contava com aproximadamente 4.500 efetivos, 115 carros de combate, 220 transportes e veículos blindados e 170 peças e sistemas de artilharia.

Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército georgiano, Levan Nikoleishvili, "não existe nenhuma base comparável à de Senaki em toda a antiga União Soviética" Além disso, acrescentou, "as condições de vida são similares às das instalações dos países-membros da Otan".

A nova base militar georgiana, que conta com instalações militares e esportivas, além de um campo de treinamento, terá cerca de 3.000 soldados da brigada de infantaria de Kutaisi.

A base, cuja construção teve um custo de US$ 11 milhões, foi inaugurada dias antes do segundo aniversário da "Revolução das Rosas", após Sakashvili assumir o poder na Geórgia.

Em linha com a política de militarização do país lançada pelo presidente georgiano, neste país aumentará no próximo ano em US$ 13,6 milhões o orçamento dedicado à defesa até chegar aos US$ 218 milhões (US$ 175 milhões a mais que em 2003).

Em resposta, o vice-ministro de Defesa, Anatoli Zaitsev, declarou à EFE que "somos conscientes do reforçamento militar na Geórgia e estamos preparados para reagir se Tbilisi tenta cometer uma agressão contra nosso território".

Em 28 de novembro começam na Abkházia reuniões operativas dos comandantes do Exército regular e dos reservistas para estudar as medidas a tomar para repelir uma possível agressão georgiana.

Aproximadamente 5.000 efetivos do Exército da Abkházia participaram há alguns meses nas maiores manobras militares na curta história do território.





Fonte: EFE

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