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Cidades/Geral
Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 07:31
Por: Natacha Wogel

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A Justiça Federal determinou que os integrantes do Movimento de Atingidos por Barragens (Mab), acampados desde segunda-feira em frente à Usina de Manso, liberem a passagem de funcionários para acesso às instalações. A notificação foi feita ontem pela manhã às lideranças do Mab em Manso, com a presença de policiais federais, para a garantia do cumprimento da decisão liminar.

Cerca de 500 manifestantes do Mab estão instalados em frente à entrada principal da Usina. Eles vinham impedindo a troca de plantões dos operadores das máquinas, impedindo sua entrada, desde que chegaram ao local. Na quarta-feira, os integrantes mantiveram reféns três técnicos da empresa Furnas Centrais Elétricas, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, por quatro horas, em protesto contra a reprovação da estatal à pesquisa que aponta quantas e quais famílias devem ser assentadas em terras adquiridas pela empresa, aproximadamente nove mil hectares. Furnas foi a responsável pela contratação do grupo Gera (Grupo de Pesquisa do Pantanal, Amazônia e Cerrado), de pesquisadores da UFMT, de acordo com o Mab, e teria gasto em torno de R$ 200 mil para realizá-la.

Segundo um dos líderes do movimento, Sandro Leonardi, existe a possibilidade de, na próxima terça-feira, três integrantes do Mab comparecerem a uma reunião em Brasília, no Ministério das Minas e Energias, para negociar com Furnas a aprovação do estudo do Gera e a compra das terras para o assentamento. “Independente dessa reunião, se não houver a aceitação da pesquisa e o contato dos proprietário das terras para a compra por Furnas, não sairemos da frente da Usina e voltaremos a impedir os plantões”, ameaçou.

Conforme o Mab, a pesquisa realizada pelo Gera, pronta há mais de um ano, aponta 997 famílias para serem assentadas em terras nos municípios de Chapada dos Guimarães e Alto Paraguai. O número é próximo ao apresentado pelo movimento: 1.006 famílias.

Na quinta-feira, Furnas se manifestou, através de uma mensagem enviada por sua assessoria de imprensa, contrária a atitude adotada pelo Mab. A empresa alega que os manifestantes estão descumprindo um acordo feito com o movimento para o andamento das negociações, informando que não irá negociar sob pressão. Quanto ao resultado do estudo feito pelo Gera, a empresa disse ter encontrado inconformidades documentais, e identificado apenas 94 famílias como possíveis candidatas ao assentamento, além de mais 111 que teriam seu caso analisado por estarem alojadas em terras improdutivas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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