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Internacional
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 21:20
Por: Carol Giacomo

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O Irã adotou na sexta-feira uma medida inusitada ao publicar um dispendioso anúncio de página inteira no jornal The New York Times defendendo seu programa nuclear e acusando os EUA e seus aliados europeus de provocarem uma "crise desnecessária". Enquanto autoridades norte-americanas e européias reuniam-se em Londres a fim de discutir os esforços para persuadir o Irã a abandonar seu programa nuclear, o país publicava uma respostas às acusações de que tentaria desenvolver secretamente armas atômicas.

No anúncio, o governo iraniano também afirma ter retomado nesta semana a conversão de urânio porque a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha, sob pressão dos EUA, violaram o acordo de 2004.

Mas o país também acenou com a possibilidade de resolver a disputa por meio do diálogo, afirmando que "um esforço diplomático e negociado é a postura desejada para um resultado positivo e o Irã está pronto para considerar todas as propostas construtivas e efetivas."

Um ponto central do argumento iraniano é a afirmação de que o país busca desenvolver apenas uma fonte pacífica de energia elétrica, a ser gerada com reatores nucleares, e não armas atômicas.

"De fato, a postura predominante entre os dirigentes iranianos é de que o desenvolvimento, aquisição ou posse de armas nucleares acabaria apenas minando a segurança iraniana", afirmou o anúncio, intitulado "Uma Crise Desnecessária" e assinado pela missão iraniana junto à Organização das Nações Unidas (ONU).

O Irã suspendeu as atividades nucleares na instalação de Isfahan depois do acordo de novembro de 2004 selado com a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha, mas retomou as atividades ali em agosto, levando os três países europeus a paralisarem as negociações.

Autoridades iranianas confirmaram na sexta-feira que o país havia retomado nesta semana os esforços de conversão do urânio.

Apesar de não ser ilegal, a nova atividade aponta para a postura de desafio do país antes do encontro, na próxima quinta-feira, do quadro de diretores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O órgão pode decidir enviar o caso do país para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que, por sua vez, poderia impor-lhe sanções.

Um relatório da AIEA divulgado na sexta-feira afirmou que o Irã tinha entregado um documento contendo instruções parciais sobre a fabricação do núcleo de uma arma atômica.

No anúncio publicado no New York Times, o país rebateu o argumento dos EUA de que o Irã, rico em petróleo e gás natural, não precisaria de energia nuclear. O anúncio citou um estudo norte-americano de 1974 no qual se prevê "a necessidade do Irã de ter energia nuclear".





Fonte: Reuters

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