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Internacional
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 17:44

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O gabinete italiano aprovou hoje um projeto de lei que pretende aumentar a participação das mulheres na política, determinando que pelo menos um terço dos candidatos de cada partido seja formado por mulheres.

A ministra da Igualdade de Oportunidades, Stefania Prestigiacomo, foi quem propôs as chamadas "quotas cor-de-rosa", e espera que o projeto seja aprovado pelos parlamentares a tempo de estar em vigor nas eleições previstas para Abril de 2006. Mas a medida já foi fortemente rejeitada pelo Parlamento italiano, e não há garantia de que a opinião dos parlamentares ¿ na imensa maioria homens ¿ vá mudar.

O projeto também dividiu o governo de centro-direita do premio Silvio Berlusconi. Três ministros votaram contra a proposta na sexta-feira. Prestigiacomo chegou às manchetes da imprensa italiana na semana passada ao abandonar em lágrimas uma reunião do gabinete na semana passada, depois de uma acalorada discussão com seus colegas homens sobre o projeto.

A mídia italiana afirmou que Berlusconi disse a ela que "parasse de agir como uma garotinha", mas que depois ele pediu desculpas. "Vou chorar de alegria quando esse texto virar lei", disse ela na sexta-feira. Pelo projeto, os partidos políticos têm de respeitar a quota de 33% de candidatas mulheres, sob pena de multa. A partir de 2011, os partidos que não cumprirem a exigência terão sua lista de candidatos rejeitada.

As mulheres compõem apenas 11,5% do Parlamento italiano ¿ a terceira menor participação da União Européia, e bem abaixo da de países como Ruanda, Moçambique e Cuba. Apesar de vários integrantes da coalizão governista serem contra o projeto, Berlusconi o elogiou, afirmando que ele e seus aliados seguiriam as novas regras mesmo antes de elas se tornarem obrigatórias.

A oposição de centro-esquerda acusou-o de tentar conquistar o voto das mulheres com essas declarações, pois sabe que a lei não será aprovada antes das eleições de 2006. Segundo as pesquisas de opinião, Berlusconi sairá derrotado do pleito.

"Está evidente que, para o primeiro-ministro, a campanha eleitoral já começou", disse o ex-magistrado Antonio Di Pietro, hoje político da centro-esquerda. "Todo mundo sabe que as chances de o Parlamento aprovar o projeto de lei são mínimas."





Fonte: Reuters

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