As mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, e isso ficou evidenciado nos resultados do Censo 2010, divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Proporcionalmente, elas ainda têm menor participação do que os homens, mas o crescimento é evidente. Em 2010, 43,9% das mulheres com dez anos ou mais de escolaridade estavam empregadas. Dez anos antes, essa proporção não passava dos 35,4%.
Ao mesmo tempo, os homens tiveram pouco ganho proporcional. Em 2010, 63,3% da população masculina economicamente ativa estavam ocupados. Antes, em 2000, 61,1% dos homens tinham emprego.
"Houve um forte impulso na população feminina ocupada. As mulheres têm mais instrução, e com isso, apresentam mais condições de entrar no mercado de trabalho", explicou Vandeli Guerra, técnica da coordenação de Trabalho e Renda do IBGE.
Ao todo, o nível de ocupação do mercado de trabalho em 2010 foi de 53,3%, ante 47,9% observados em 2000. O Nordeste apresentou o menor nível de ocupação (47,2%), pouco abaixo da região Norte (49,4%). O nível mais elevado foi registrado no Sul (60,1%), seguido por Centro-Oeste (57,9%) e Sudeste (54,8%).
Avaliando-se o nível de instrução dos ocupados, constatou-se forte presença das mulheres com nível superior completo. Do total de empregadas, 19,2% terminaram a universidade. Entre os homens, essa proporção foi menor, de 11,5%
Entre diretores e gerentes, as mulheres ocupavam 37,7% dos cargos verificados pelo Censo 2010. Já no grupo Profissionais das Ciências e Intelectuais, que engloba profissões como engenheiros, matemáticos e arquitetos, as mulheres significaram 59,5% do total. Entre os chamados Trabalhadores de Apoio Administrativo (escriturários, secretários, bancários e telefonistas, entre outros), as representantes do sexo feminino preencheram 63,5% do total.
Nas atividades de educação, as mulheres ocuparam 75,8% das vagas, pouco acima das atividades de saúde humana e serviços sociais, nas quais 74,2% dos empregos eram de representantes do sexo feminino. Já os serviços domésticos tiveram 92,7% das vagas ocupadas por mulheres.
Do total de mulheres trabalhando, 30,9% tinham o ensino médio completo ou o superior incompleto, enquanto 27% dos homens empregados tinham nível de instrução correspondente. Na camada mais baixa de instrução, nota-se, proporcionalmente, predomínio masculino. Do total de homens empregados, 45,4% não tinham estudo, ou apenas o ensino fundamental incompleto. Entre as mulheres, essa proporção era de 34,7%.
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