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Internacional
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 13:41

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O Iraque vive mais um dia de extrema violência nesta sexta-feira, com dezenas de mortos após atentados suicidas a mesquitas e a um edifício do Ministério do Interior.

Dois militantes mataram mais de 65 pessoas e feriram dezenas em ações contra fiéis que participavam de orações em duas mesquitas xiitas em Khanaqin, perto da fronteira iraniana.

Khanaqin é uma cidade de população xiita e curda a nordeste da capital Bagdá.

Horas antes desses ataques, uma ofensiva com dois carros-bomba em frente a um edifício do Ministério do Interior em Bagdá matou pelo menos oito pessoas.

Outras 40 pessoas ficaram feridas na dupla ação suicida, no centro do bairro de Jadirya. A força da explosão derrubou alguns prédios residenciais das proximidades.

Autoridades e testemunhas disseram que um hotel utilizado por estrangeiros nas proximidades do local pode ter sido o principal alvo do atentado.

Escândalo de tortura

Moradores e integrantes dos serviços de emergência estão escavando os escombros à procura de sobreviventes.

A sede do Ministério do Interior atacada está no centro de um escândalo de tortura que vem abalando a imagem do governo iraquiano.

No domingo, forças americanas encontraram no local 173 presos mantidos pelo governo, muitos deles desnutridos e com marcas de tortura.

A maioria das vítimas desses abusos seria de muçulmanos sunitas – comunidade de onde vem a maior parte dos insurgentes no país.

No ataque desta sexta-feira, os dois carros-bombas foram conduzidos contra o prédio oficial, disseram testemunhas.

Um deles explodiu ao atingir uma barreira de proteção de concreto. Minutos depois, o segundo veículo foi detonado no mesmo local.

Várias residências ruíram e uma enorme cratera foi aberta na rua em que houve o atentado.

Uma nuvem de fumaça pôde ser vista sobre a cidade, subindo centenas de metros rumo ao céu.

O governo do Iraque tem tentado minimizar o escândalo das denúncias de tortura de presos.

O ministro do Interior, Bayan Jabr, disse que aparentemente poucos detentos foram alvo de maus tratos e que abusos não seriam tolerados.

"Eu rejeito a tortura e vou punir todos aqueles que praticarem tortura", disse Jabr.

Segundo ele, alguns dos homens mantidos presos no edifício atacado nesta sexta-feira eram estrangeiros suspeitos de participação em atentados, e eram mantidos no local porque eram "os terroristas mais criminosos".

Grupos sunitas pedem um inquérito internacional sobre o caso, e denunciam milícias xiitas ligadas ao Ministério do Interior de serem as responsáveis pela tortura.





Fonte: BBC Brasil

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