O número de pessoas que trabalham ou estudam fora da cidade onde moram praticamente dobrou em dez anos no Brasil. Baseado em dados colhidos no Censo 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verificou que 14,3 milhões de pessoas estavam nessa situação em 2010. Antes, em 2000, eram 7,3 milhões que tinham que se deslocar dos municípios onde residiam para estudar ou trabalhar. Os dados estão em estudo feito a partir de dados do Censo 2010, divulgado nesta quarta-feira.
Entre as 59,5 milhões de pessoas que declararam frequentar escola ou creche, 4,3 milhões, o correspondente a 7,2% desse total tinham que ir para outra cidade. Outras 37.059, ou 0,06%, se deslocavam para outro país.
A maior parte entre os que tinham que se mover de município para estudar estava concentrada em cursos superiores. Entre os que faziam alguma especialização de nível superior, mestrado ou doutorado, 32,6% o faziam em outra cidade. Já entre os que estavam em uma universidade tentando alguma graduação, 29,2% tinham que se deslocar para outro município. Entre os que faziam o Ensino Médio, 7,2% o faziam em outra cidade; no ensino fundamental, 3,7% estavam nessa situação.
Foram identificadas 93,5 milhões de pessoas ocupadas em 2010. Desse total, 12,8% tinham que ir para outro município ou país. Do total de homens empregados, 13,4% se deslocavam para chegar ao trabalho. Entre as mulheres, 9,6% tinham que adotar tal expediente.
A maior proporção dos que trabalhavam em outro município tinha nível superior completo. Do total de empregados com esse nível de instrução, 16,2% se deslocavam para trabalhar. Entre os que não tinham instrução, ou apresentavam o ensino fundamental completo, 9,9% iam para outra cidade.
Foi avaliado ainda o tempo de deslocamento do brasileiro para o trabalho, em todos os aspectos, e não necessariamente de uma cidade para outra. O IBGE observou, na média nacional, que 65,3% gastavam até 30 minutos da casa para o local de trabalho. Outros 11,4% levavam mais de uma hora.
Na Região Sudeste, 57,5% das pessoas que se deslocavam levavam até 30 minutos; no Sul, 75,3% gastavam tempo semelhante. Do total que trabalhava fora de casa na região Sudeste, 15,7% ficavam mais de uma hora no trânsito; no Sul, 5,8% levavam espaço de tempo correspondente.
Cerca de 23% trabalham sem sair de casa
O IBGE verificou ainda que 23,2% dos trabalhadores cumpriam suas obrigações em suas próprias casas, ou seja, não tinham que se deslocar nem mesmo dentro da própria cidade. Entre os homens, 20,5% trabalhavam em casa. Já entre as mulheres, essa proporção chegava a 26,8%.
Os empregados com menor instrução eram os que mais trabalhavam sem sair de casa. Entre os trabalhadores com menor instrução (sem estudo, ou com o ensino fundamental incompleto), 28,9% trabalhavam dentro de suas próprias casas. Já entre os que tinham nível superior, 17,5% não se deslocavam para trabalhar.
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