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Internacional
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 12:55

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A Cúpula Mundial da Sociedade da Informação termina hoje, com a adoção do "Compromisso da Tunísia", no qual os 170 países participantes se declaram dispostos a estabelecer um amplo leque de ações de solidariedade digital.

A cúpula contou com uma grande participação de chefes de Estado e de Governo da África e da Ásia. Os demais continentes chamaram atenção por sua ausência, com a única exceção do presidente da Suíça.

Diversos representantes destacaram que, apesar de ter mais pessoas participando do que na primeira fase da cúpula, realizada em Genebra no fim de 2003, desta vez foi menor o número de delegações.

A opinião que prevaleceu entre os representantes foi de que a cúpula teve um balanço positivo, já que se chegou ao consenso sobre os dois assuntos essenciais: o governo da internet e o Fundo Digital de Solidariedade.

Quanto a reduzir a brecha digital, o trabalho requer tempo, esforços e apoio financeiro. Mas as Nações Unidas consideram que se a fase de Genebra formulou uma visão global dos problemas, na Tunísia pôde passar da análise à ação.

O acordo entre os Estados Unidos e o resto dos países sobre o governo da internet permitiu que a cúpula não fracassasse, embora tenha se limitado a deixar nas mãos de um fórum a transição para a um modelo mais global para a Rede.

A ONU reunirá o novo fórum em Atenas no segundo semestre de 2006.

Por enquanto, não se pode dizer se os EUA abdicarão do controle total sobre a internet através da entidade que atribui nomes e números dos domínios (ICANN, em inglês).

Já o Fundo de Solidariedade Digital, criado em Genebra há dois anos por iniciativa do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, ganhou força. Na Tunísia, foi reafirmado como o mecanismo idôneo para reduzir a brecha digital entre o Norte e o Sul.

Os países do Norte, que representam 15% da população mundial, dispõem de mais de 85% de todos os recursos em telecomunicações. A Suécia, por exemplo, conta com 112%, o que significa que existe mais de um telefone fixo para cada sueco. Em toda a África, a média é de 2%.

Os Estados Unidos abrigam 50% dos servidores de internet. Nos países do Sul, a conectividade internacional não ultrapassa 1%. Na África, há um computador para cada cinco mil habitantes. Nos países ocidentais, a média é de um para cada duas pessoas.

Estes números, divulgados na Tunísia, ilustram a disparidade no acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e mostram que o mundo está dividido em duas categorias. De um lado, as sociedades que comunicam e, no outro extremo, as que lutam para entrar na sociedade da informação.

Sem constituir um "deserto digital", como disseram alguns representantes africanos, os países pobres e emergentes ainda têm um longo caminho para percorrer até alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.





Fonte: EFE

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