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Educação/Vestibular
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 08:27

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Professores e servidores de escolas municipais de Várzea Grande fizeram manifestação hoje de tarde em frente ao gabinete do prefeito Murilo Domingos (PPS), na avenida João Ponce, próximo ao Aeroporto Marechal Rondon. O protesto ocorreu por causa do desinteresse do executivo em atender reivindicações da categoria e omissão em debater a tentativa de terceirização da merenda escolar. Segundo a presidente da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público (Sintep) de Mato Grosso, Cida Cortez, pela manhã a classe se reuniu com o prefeito, que “demonstrou falta de vontade política para avançar a negociação com a categoria”.

Ela diz que o executivo mantém proposta de recomposição salarial dos últimos 15 meses reajustada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). No entanto, apenas para professores e excluindo os outros profissionais. A data base dos profissionais é primeiro de outubro e há 24 meses não há recomposição. Acrescentou que até o grupo de trabalho, composto por representantes da própria Secretaria de Educação, do Sintep e da Câmara de Vereadores, para fazer revisão do projeto do plano de cargos e salários, não está sendo levado a sério. Apesar da audiência de hoje, diz, nenhuma data ficou definida para atuação do grupo.

Os profissionais da Educação cobram implantação de plano de cargos e salários e negociação da campanha salarial. A professora da rede municipal, Clarissa Eick, lembra que a defasagem salarial apenas dos professores é de 38% e a proposta até agora foi de reajuste de 5%, excluindo o restante da categoria.

A manifestação foi motivada também pelas irregulares na administração do município, como apadrinhamento e falta de transparência nas ações, segundo a vice-presidente. As aulas foram suspensas na cidade em decorrência do protesto.

Sobre o problema da tentativa de privatização da merenda escolar, Cida Cortez explica que a refeição servida é de qualidade, inclusive com variedade de alimentos, o que contradiz a justificativa do executivo de que a comida será melhorada com a privatização. Outro aspecto preocupante, segundo a sindicalista, é que a empresa vencedora da concorrência vai utilizar o espaço público, os utensílios e até mesmo os funcionários das escolas para preparar a merenda.

“É um absurdo o que o executivo quer fazer com os trabalhadores da educação. Temos informações de que a empresa pretende aumentar a carga horária das merendeiras de seis horas para oito horas semanais”, diz a professora Clarissa Eick. O edital da prefeitura licitou o valor de R$ 12 milhões para um período de 24 meses, o que corresponde a R$ 500 mil por mês. “É um aumento substancial em relação ao que o município aplica atualmente”, disse Cida Cortez. A presidente esclarece ainda que subsede inclusive encaminhou denúncia ao Ministério Público, que está colhendo informações sobre a empresa vencedora da licitação para posterior medida judicial.

O sindicato prevê que nova assembléia ocorra em 09 ou 12 de dezembro. Ao todo, 25 mil alunos estudam na rede municipal de Várzea Grande. São 1.696 trabalhadores efetivos, sendo 140 merendeiras. O salário delas é de R$ 305, sem direito a vale transporte, conforme explica a professora Clarissa Eick. Além disso, cerca de 40 servidores municipais, mesmo depois de ter concluído curso superior, ainda não conseguiram fazer a elevação de nível. Já os que deram entrada no processo de aposentadoria estão aguardando parecer da procuradoria municipal há mais de cinco meses.





Fonte: Pau e Prosa de Comunicação

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