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Papa cobra ação da CNBB contra legalização do aborto
Roma — O papa Bento XVI declarou guerra aos projetos legislativos que propõem a legalização do aborto no Brasil. Em audiência nesta quinta-feira com a cúpula da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Vaticano, o pontífice pediu o empenho do clero brasileiro para convencer os parlamentares a rejeitarem a proposta. No encontro, a comitiva da CNBB convidou o santo padre a estender sua visita ao Brasil, marcada para 2007 e, por enquanto, restrita à cidade de Aparecida do Norte (SP).
Dom Odilo Scherer, secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, disse que Joseph Ratzinger demonstrou profundo conhecimento sobre os projetos de legalização do aborto no Brasil. Ao ouvir detalhes sobre as propostas que tramitam no Congresso, o papa teria condenado especialmente o argumento de que a interrupção voluntária da gravidez é um direito da mulher.
“O papa Bento XVI nos perguntou detalhes dos projetos em tramitação e achou grave a liberação geral, sobretudo sob o pretexto de ser um direito da mulher. Ele estranhou essa impostação como um direito universal”, disse dom Odilo Scherer. Como resposta à convocação antiaborto de Bento 16, os representantes da CNBB falaram sobre a estratégia da Igreja Católica no Brasil para conquistar a opinião pública. A ofensiva será desencadeada nos próximos dias.
“Apresentamos a nossa estratégia de levantar a voz, de levar a população à reflexão e de agir junto aos parlamentares, para que eles tenham noção de suas responsabilidades. Vamos mobilizar quem é a favor da vida”, disse o secretário-geral da CNBB. Dom Odilo Scherer considera que há armadilhas no discurso de quem defende o aborto. “É um erro contrapor o direito da mãe ao do filho. Precisamos reafirmar que, antes mesmo de nascer, o bebê é um ser humano”, disse.
O papa Bento XVI já havia se posicionado publicamente, esta semana, na luta contra o aborto na Itália. Na quarta-feira, durante a audiência-geral na Praça São Pedro, ele elogiou o grupo italiano antiaborto Movimento pela Vida. Disse que suas ações escrevem “páginas de esperança” para a humanidade. O país enfrenta uma polêmica sobre a venda da pílula abortiva RU-486 na Itália. O remédio é considerado entorpecente na França.
A CNBB já externou a posição da Igreja Católica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em carta encaminhada há dois meses e em audiência concedida no Palácio do Planalto. A proposta de descriminalizar a interrupção de gravidez é defendida abertamente pela secretária Especial de Política para Mulheres, Nilcéia Freire. O relatório final com a regulamentação da proposta para rever as punições legais para o aborto no país foi entregue pelo governo à Câmara dos Deputados no final de setembro.
Visita
O papa Joseph Ratzinger ouviu ainda um relato do alto clero brasileiro sobre o avanço das igrejas evangélicas. Para enfrentar o problema, o papa teria pedido “uma evangelização de profundidade, que não busque o benefício imediato”. No Brasil, segundo o censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a parcela da população fiel à Igreja Católica caiu de 83% para 73% entre 1991 e 2000, enquanto o número de evangélicos aumentou de 9% para 15%.
Bento XVI recebeu também dos prelados um convite para ampliar sua visita ao Brasil, prevista para ocorrer dentro de dois anos. Por enquanto, está confirmada a passagem do santo padre somente por Aparecida do Norte (SP), durante a 5ª Conferência Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).
Segundo dom Odilo Scherer, nenhum roteiro de cidades a serem visitadas foi apresentado ao pontífice. “Não levamos um roteiro porque não queremos criar expectativas”, disse o secretário-geral da CNBB. “Sabemos que o papa não é jovem e que ele tem dificuldades para viajar. Apenas o convidamos e agora a resposta ficará por conta da comissão que vai organizar a visita.”
Além de dom Odilo Scherer, participaram do encontro com o pontífice o cardeal-arcebispo de Salvador (BA) e presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, e o bispo de Catanduva (SP) e vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queiroz. A Santa Sé não divulgou nota oficial sobre a audiência concedida aos cardeais brasileiros pelo santo padre.
Dom Odilo Scherer, secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, disse que Joseph Ratzinger demonstrou profundo conhecimento sobre os projetos de legalização do aborto no Brasil. Ao ouvir detalhes sobre as propostas que tramitam no Congresso, o papa teria condenado especialmente o argumento de que a interrupção voluntária da gravidez é um direito da mulher.
“O papa Bento XVI nos perguntou detalhes dos projetos em tramitação e achou grave a liberação geral, sobretudo sob o pretexto de ser um direito da mulher. Ele estranhou essa impostação como um direito universal”, disse dom Odilo Scherer. Como resposta à convocação antiaborto de Bento 16, os representantes da CNBB falaram sobre a estratégia da Igreja Católica no Brasil para conquistar a opinião pública. A ofensiva será desencadeada nos próximos dias.
“Apresentamos a nossa estratégia de levantar a voz, de levar a população à reflexão e de agir junto aos parlamentares, para que eles tenham noção de suas responsabilidades. Vamos mobilizar quem é a favor da vida”, disse o secretário-geral da CNBB. Dom Odilo Scherer considera que há armadilhas no discurso de quem defende o aborto. “É um erro contrapor o direito da mãe ao do filho. Precisamos reafirmar que, antes mesmo de nascer, o bebê é um ser humano”, disse.
O papa Bento XVI já havia se posicionado publicamente, esta semana, na luta contra o aborto na Itália. Na quarta-feira, durante a audiência-geral na Praça São Pedro, ele elogiou o grupo italiano antiaborto Movimento pela Vida. Disse que suas ações escrevem “páginas de esperança” para a humanidade. O país enfrenta uma polêmica sobre a venda da pílula abortiva RU-486 na Itália. O remédio é considerado entorpecente na França.
A CNBB já externou a posição da Igreja Católica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em carta encaminhada há dois meses e em audiência concedida no Palácio do Planalto. A proposta de descriminalizar a interrupção de gravidez é defendida abertamente pela secretária Especial de Política para Mulheres, Nilcéia Freire. O relatório final com a regulamentação da proposta para rever as punições legais para o aborto no país foi entregue pelo governo à Câmara dos Deputados no final de setembro.
Visita
O papa Joseph Ratzinger ouviu ainda um relato do alto clero brasileiro sobre o avanço das igrejas evangélicas. Para enfrentar o problema, o papa teria pedido “uma evangelização de profundidade, que não busque o benefício imediato”. No Brasil, segundo o censo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a parcela da população fiel à Igreja Católica caiu de 83% para 73% entre 1991 e 2000, enquanto o número de evangélicos aumentou de 9% para 15%.
Bento XVI recebeu também dos prelados um convite para ampliar sua visita ao Brasil, prevista para ocorrer dentro de dois anos. Por enquanto, está confirmada a passagem do santo padre somente por Aparecida do Norte (SP), durante a 5ª Conferência Geral do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).
Segundo dom Odilo Scherer, nenhum roteiro de cidades a serem visitadas foi apresentado ao pontífice. “Não levamos um roteiro porque não queremos criar expectativas”, disse o secretário-geral da CNBB. “Sabemos que o papa não é jovem e que ele tem dificuldades para viajar. Apenas o convidamos e agora a resposta ficará por conta da comissão que vai organizar a visita.”
Além de dom Odilo Scherer, participaram do encontro com o pontífice o cardeal-arcebispo de Salvador (BA) e presidente da CNBB, dom Geraldo Majella Agnelo, e o bispo de Catanduva (SP) e vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queiroz. A Santa Sé não divulgou nota oficial sobre a audiência concedida aos cardeais brasileiros pelo santo padre.
Fonte:
Correio
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/335414/visualizar/
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