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Quarta - 19 de Dezembro de 2012 às 10:53
Por: Renê Dióz

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A despeito do que recomendou a Justiça Federal ao determinar força-tarefa para a desintrusão da terra indígena Maraiwatsede, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não enviará qualquer representante de suas comissões de direitos humanos para acompanhar a tensa operação em curso no local nas últimas semanas.

Trabalho voluntário, nenhum advogado das comissões se prontificou a se deslocar até o local a fim de averiguar o resguardo dos direitos básicos dos ocupantes da gleba. A ausência gerou revolta do presidente da Associação dos Produtores de Suiá Missú (Aprosum), Renato Teodoro.

“Estamos estarrecidos e indignados porque o próprio juiz federal recomendou que dois representantes acompanhassem [a desintrusão]”, declarou o presidente por telefone ao Olhar Direto. “Aqui não tem ser humano, aqui tem é bicho. Se Direitos Humanos existissem, agora seria a hora. Estão tolhindo, amordaçando a todos para ninguém descobrir a verdade verdadeira”.

De acordo com a presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da OAB em Mato Grosso, Betsey de Miranda, a longa distância entre Cuiabá e os 165 mil hectares alvos da desintrusão (no nordeste do Estado) levou à designação da subseção de Vila Rica (a 1.320 km de Cuiabá, mas bem mais próxima de Suiá Missú, nome da antiga fazenda onde a terra indígena foi demarcada) para acompanhar os trabalhos da Polícia Federal (PF) junto à Força Nacional de Segurança (FNS) e à Polícia Rodoviária Federal (PRF) na área.

Por sua vez, o presidente da subseção da OAB em Vila Rica, Marcos André Schwingel, explicou que uma reunião chegou a ser realizada no último dia 7 com os poucos advogados da cidade e nenhum se dispôs a deslocar-se até Suiá Missú devido ao risco inerente de estar em meio à tensão local.

Sem opção entre os advogados de Vila Rica, Schwingel chegou a procurar outros profissionais de cidades das imediações, como Porto Alegre do Norte, Confresa e São Félix do Araguaia, mas novamente ninguém se prontificou ao trabalho.

O presidente da seccional, Cláudio Stábile, explicou que o assunto foi reportado ao Conselho Federal da OAB, mas de fato não há previsão de envio de qualquer representante. “O advogado tem que deixar o seu trabalho por 30, 60 dias, e isso é um trabalho voluntário assim como todos os demais na OAB. É grande a dificuldade de se manter alguém no local”.






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