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Cidades/Geral
Sexta - 18 de Novembro de 2005 às 07:22

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A Polícia Civil começou ontem a investigar os assassinatos de dois acampados da Gleba Gama, em Nova Guarita, ocorridos na quarta-feira à tarde. Há suspeitas que os dois acampados, Vanderlei Macena Cruz e Mauro Gomes Duarte, foram vítimas de uma emboscada.

Agentes da Polícia Federal e policiais militares do 11º Comando de Policiamento de Área (CPA) de Alta Floresta também estão no local desde ontem pela manhã.

O laudo da equipe de criminalística de Sinop que esteve no local na quarta-feira deve ficar pronto em 15 dias. As investigações serão realizadas pela equipe da Delegacia de Peixoto de Azevedo. O tenente-coronel Cilso de Oliveira, comandante do 11º CPA, contou que desde o mês passado um grupo do núcleo policial de Nova Guarita fazia rondas motorizadas de três a quatro vezes por semana nos quatro acampamentos da região de Nova Guarita.

O chefe de gabinete do Incra em Cuiabá, Rogério Soares, contou que na última vez em que esteve na Gleba Gama o clima estava muito tenso. Conforme Rogério, um grupo de acampados tinha sido despejado de uma das áreas por jagunços contratados por um dos ocupantes. Rogério disse que quando viu que a situação ficaria mais complicada, avisou à Polícia local, mas não havia veículos para os policiais irem até o local do despejo.

Na época, comentou Rogério, o mesmo aviso foi feito para as polícias Militar e Federal. “Era uma situação de morte anunciada”, afirmou Rogério. O técnico do Incra lembrou que vários sem-terra já morreram por causa da disputa das terras na Gleba Gama. No lado dos fazendeiros, Rogério só tem notícias do atentado que Sebastião Neves de Almeida, o “Chapéu Preto”, sofreu em outubro passado.

Rogério disse que foram propostas 28 ações contra os ocupantes das terras (fazendeiros) para tentar resolver a situação. No dia 26 de outubro, representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o assessor da Presidência da República, Ailson Machado, e o secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, estiveram reunidos para conversar sobre o assunto. Na época, os representantes da CPT e Ailson Machado denunciaram ao secretário que alguns acampados e pessoas ligadas à CPT estavam sofrendo ameaças por causa dos conflitos.

Para Célio Wilson, o problema na Gleba Gama só será resolvido quando o Incra e o Governo Federal solucionarem a questão fundiária. O secretário garantiu que as providências de competência do governo estadual serão tomadas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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