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Internacional
Quinta - 17 de Novembro de 2005 às 14:52

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O ministro do Interior do Iraque, Bayan Jabr, disse que seu governo não vai tolerar abusos de presos, mas afirmou serem exageradas as denúncias de que 173 pessoas sofreram maus-tratos em uma prisão secreta.

"Houve não mais que sete pessoas torturadas. O número 170 é uma grande mentira. Eram apenas sete prisioneiros, alguns deles eram novos e outros eram velhos detentos", disse Jabr.

"Rejeito a tortura e punirei quem a praticou", continuou. "Qualquer organização internacional ou órgão de direitos humanos é livre para pedir para visitar nossos centros de detenção."

O ministro também informou que está em andamento uma investigação completa do caso.

Arma incendiária

Ainda nesta quinta-feira, o governo americano advertiu que o Iraque deve zelar para que tensões sectárias não prejudiquem a atuação das forças de segurança ou do governo do país.

No caso dos prisioneiros que teriam sido submetidos a maus-tratos, a maioria deles são muçulmanos sunitas - uma parcela da sociedade iraquiana que se colocou majoritariamente contra a proposta de Constituição que foi recentemente aprovada em um referendo no país.

Na quarta-feira, governo do Iraque enviou uma equipe de investigadores à cidade de Falluja (centro-norte do país) depois que os Estados Unidos admitiram ter usado armas incendiárias, a base de fósforo branco, contra insurgentes na cidade há um ano.

A ministra em exercício de Direitos Humanos do Iraque, Narmin Uthman, disse que determinou a uma equipe que examine os possíveis efeitos dessas armas sobre civis.

O uso de fósforo branco não é ilegal e o produto não é classificado como arma química, mas a substância pode causar queimaduras e seu uso é polêmico.

O especialista em Defesa da BBC Frank Gardner diz que a revelação é negativa para o trabalho de relações públicas dos militares americanos.

O ministro da Defesa britânico, John Reid, também admitiu que soldados britânicos no Iraque usaram as armas incendiárias, mas apenas para criar nuvens de fumaça e nunca contra civis.

O Ministério da Defesa britânico afirmou que o uso destas armas é permitido desde que não existam civis próximos da área alvo.

Iluminação

As autoridades americanas também haviam dito anteriormente que as armas incendiárias tinham sido usadas no Iraque somente para iluminação ou para criar nuvens de fumaça em batalhas.

Entretanto, um porta-voz do Pentágono, o tenente-coronel Barry Venable, confirmou à BBC que os Estados Unidos usaram a "arma incendiária contra combatentes inimigos", mas também, como dizem os britânicos, sem ter como alvo civis.

O jornalista americano Darrin Mortenson, que estava junto com os fuzileiros americanos durante a operação em Falluja, em novembro de 2004, disse à BBC que viu o uso de armas incendiárias contra insurgentes.

No entanto, ele afirma que "nunca viu ninguém intencionalmente usar qualquer arma contra civis".

O canal de televisão italiano RAI informou na semana passada que os Estados Unidos tinham usado as armas incendiárias em áreas com residências e atingido civis, o que levou ativistas italianos a protestarem em frente à embaixada americana em Roma.




Fonte: BBC Brasil

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