Polícia ainda não tem suspeitos do duplo assassinato na Gleba Gama

"Ainda é muito cedo para afirmarmos que já temos algum suspeito. Foi um duplo homicídio. O grupo de trabalhadores está muito assustado". As afirmações são do delegado Adriano Henrique Sanches dos Santos, de Terra Nova do Norte, responsável pelas investigações do assassinato de dois trabalhadores rurais na Gleba Gama, em Nova Guarita. O delegado disse ao RMT Online que as investigações começaram ontem e que nesta quinta-feira testemunhas serão interrogadas.

Dois homens do acampamento Renascer, na Gleba Gama, no município de Nova Guarita (620 quilômetros de Cuiabá), foram assassinadas ontem por volta de 9h30. Vanderlei Macena Cruz e Mauro Gomes Duarte foram atingidos quando cruzavam duas fazendas a caminho do trabalho.

Este já é o sexto assassinato na Gleba. De acordo com o assessor da Comissão Pastoral da Terra, Adair José Moreira, o clima no acampamento é tenso. "Todo mundo está com medo e assustado. Os trabalhadores estão desesperados e pedem para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) agilize o processo de desapropriação da terra, já que esses trabalhadores estão na terra desde março de 2003", disse Adair.

No acampamento existem aproximadamente 400 pessoas em uma área de quase 16 mil hectares. "O pessoal está acampado, mas ainda precisa disputar as terras com os fazendeiros. Já entramos em contato com o Incra e pedimos a presença de um representante do Incra de Brasília para resolver esse problema", relatou o assessor.

Segundo Antônio da Silva, trabalhador da Gleba Gama, a Polícia Civil está agora no local do crime recolhendo os cartuchos de munição que ficaram no chão. "O corpo de Mauro está sendo velado em Peixoto de Azevedo e, o de Vanderlei, no vilarejo de Marcos do Cimento, região de Colíder, a 40 quilômetros do acampamento", relatou Antônio.